Carta de amor às minhas amigas

Eu estava mal essa semana.Nenhum pensamento se completava, e acho que ainda cheguei na casa de vocês desse jeito, porque eu não conseguia terminar um pensamento sem começar outro. Acho que deu pra perceber pelos posts. 
Isso acontece quando eu tenho muita coisa pra processar pouco tempo pra mim e pra organizar. A vida que eu ando vivendo tem se tornado insuportavelmente caótica. Estou decepcionada em vários níveis, frustração com quase tudo, e nenhum momento lúcido e focado tem me iluminado esses últimos dias.
Mas não importa o quanto eu me sinta sozinha e confusa de vez em quando, a presença de duas irmãs clareia a minha mente. E eu não sei como explicar o quanto eu me sinto leve agora que passei algumas horas com elas. Fico me perguntando se essa sensação não significa que eu eu sou algum tipo de vampiro espiritual, e sinceramente espero que não. Mas é, eu passei dias tentando marcar uma data pra nos reencontrarmos, cada vez que não dava certo me deixando cada vez mais deprimida, e em aproximadamente umas 10 horas de conversas e trocas de ideias, tanto de besteiras quanto de questões sérias, eu me reconectei com a felicidade de não estar sozinha. De não me sentir sozinha.
E não vou tentar me enganar. Me sinto só a maior parte do tempo. Não importa o quão adorável seja eu ter pais que falam comigo diariamente, uma filha carinhosa, colegas de classe excepcionalmente legais... eu me sinto isolada. Mentalmente isolada. Mas eu não sinto isso quando eu estou com elas. É aquele feeling de transmissão de pensamento, essa ligação, essa... irmandade, pra usar uma palavra estranhamente comum em nossas conversas.
Acho interessante é o fato de quem nem sempre estamos muito conectadas verbalmente, mas coexistimos num mesmo tipo de pensamento que eu me sinto acolhida. Não tenho porque querer que nada mude no nosso relacionamento, nos nossos gostos, tudo se completa, soma. Mesmo sendo muito diferentes umas das outras, somos essencialmente iguais. E não de superficialidades como: somos humanas, mulheres, negras, vivemos no mesmo estado, cidade, bairro. E isso obviamente ajuda. Mas é que até quando isso não é relevante, e queremos parar em algum universo utópico paralelo, ainda dá pra se encontrar nele.

Eu me sinto uma unidade com vocês; me sinto livre e alegre, duas coisas que pra coexistir é difícil.
A verdade é que vocês são as duas peças do tetris que eu preciso pra zerar o jogo e recomeçar;
Adoro vocês, Chris e Greg <3
Aidan Salakhova


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