Mamãe, sou vegetariana | Vivendo só

Atualização rápida sobre o que anda acontecendo: minha mãe se mudou, mas não completamente, depois de ficar doente de carapora, sarampo, ou alguma dessas doenças de criança que criam bolhas, ela voltou a ficar aqui todos os dias, para o meu completo desespero, porque nem eu nem Anne tivemos isso, ou qualquer contato com virais, se não pelas vacinas.

Obs: Indignadíssima que ainda exista gente que impeça os filhos de tomarem vacinas ainda hoje, parece que estamos realmente voltando ao século passado... mas não vamos nos focar na imbecilidade alheia, porque de burrice já basta o que eu escuto na vida.

De qualquer jeito, depois de um período que pareceu uma eternidade, eu comecei a ver o quanto toda a situação de desconforto que a minha mãe causou trazendo um homem pra dentro de casa poderia dar a melhor maneira de nós finalmente nos darmos melhor, estando LONGE UMA DA OUTRA!

E sério, se não fosse por ela estar doente e me infernizando morando aqui novamente, eu não teria problemas em dizer que a perdoei, e estamos bem.
Mas ela está convalescendo e se dando o trabalho de me importunar e forçar a presença do macho inútil e nojento aqui dentro, e isso é, se não o principal, o pior motivo pra eu ter crise de ansiedade. Que agora anda se materializando em forma de dor de estômago.

E é nessas que vamos nos ater ao motivo dessa postagem.

Eu comecei uma dieta vegetariana. 

Como um ex namorado & amigo me lembrou, eu já tinha tentado antes, mas não tinha conseguido. Eu o lembrei também que antes eu não tinha motivação ou escolha de comprar ou não carne por motivos óbvios, eu seria a única não comendo. 
Mas as mudanças de paradigmas da casa mudaram, então eu aproveitei o momento e todas as motivações possíveis e impossíveis para mudar o mindset e acabar de vez com esse vício em carne vermelha.

As motivações:


Eu assisti RAW. E fiquei horrorizada. Fiquei apavorada em como eu me vi naquela protagonista. Da juventude, das descobertas, do vício em carne, e o que fazemos para controlá-lo. E o que fazemos quando não controlamos. Seus desdobramentos e consequências. Eu amei o filme, e se tiver tempo eu faço até uma resenha, mas definitivamente, essa coisa fez eu repensar o meu vício por carne vermelha.

Assim como a cena da Fome na última boa temporada de Supernatural me fez querer largar o vício em carne da primeira vez.
A fome de carne foi uma das poucas vezes que algo conseguiu impedir o Cas de salvar o Dean, e sim, isso é algo importante pra se dizer sobre mim e sobre a decisão.

E eu amo esse diálogo de um jeito, tanto quanto quando eu escrevi esse manifesto:



Esse vídeo sobre carne do Gregório Duvivier (que eu tenho muita agonia ao dizer/pensar nesse sobrenome, eu nunca penso nele como brasileiro):

Eu choro de rir, mesmo achando ele meio leso e o assunto muito sério.

E meu sen or, eu não acredito que não vi esse vídeo antes. Eu estava a um tempo sem ver os vídeos, dela (e a de outros, pois sem tempo para nada), e eu basicamente vivi nessas últimas semanas exatamente isso, principalmente o que ela fala no fim do vídeo sobre a relação da família.
No dia dos pais eu fiz a minha primeira feijoada, e foi o presente que eu dei pro meu pai, já que ultimamente eu não tenho tido dinheiro pra nada, e na mesma semana eu realmente comecei a dieta vegetariana. E digo dieta porque eu só cortei verdadeiramente a carne vermelha, frango eu ainda como pra evitar atrito com a minha avó quando eu como na casa dela.
Ovos eu também não tive coragem de cortar, já que ele é a principal liga que eu faço com as verduras que eu normalmente não como cruas. Assim como eu aprendi a fazer a alguns anos atrás na minha primeira tentativa de vida mais saudável.


Outra motivação é que uma amiga vegana voltou dos Estados Unidos, e eu fui visitá-la e isso meio que já me deu uma puta ajuda e incentivo. Cíntia nunca foi de comer carne, porque ela nunca gostou mesmo, e eu, assim como toda a minha família não entendemos quem não gostava/comia carne. Ela virou vegana de vez quando a um ano atrás descobriu que tinha intolerância a lactose e que isso era que causava as dores de estômago e gastrite.
E voltando ao começo, como eu disse, eu ando tendo estresses desnecessários, mas não apenas isso, como eu não ando comendo carne, o consumo de queijo aumentou consideravelmente. E eu sei que isso não é algo tão saudável, pois eu sei que eu não preciso do cálcio assim como a minha filha precisa. Mas esse é um problema estrutural da minha alimentação, leite é um dos meus vícios alimentares mais danosos. Já até tive princípio de alergia quando eu fazia dietas de leite, onde era quase que exclusivo comida branca e muito pouca na minha época mais doente. 
Como eu não tomo café, outra bebida que eu acho bem danosa, mas eu não tomo porque não gosto do gosto mesmo, eu fico presa ao leite como "bebida de café da manhã e janta". Eu tomo todo dia, sempre uma vitamina de alguma fruta. Sempre leite. E eu preciso aprender a incrementar essa alimentação de manhã cedo. Os smoothies são feitos com a liga apenas da banana. Mas eu não consumo tanta variedade de frutas de modo a ficar fazendo a substituição do leite. 
Outra é que Anne é o contrário de mim, ela adora café (eu não deixo ela tomar, mas ela prefere) e não gosta tanto de leite. Ama queijo, mas leite ela rejeita fácil.
A alimentação de Anne é outros quinhentos. Eu não tenho coragem de tirar carne completamente, então a decisão de pôr ela no hotelzinho e ela almoçar lá ajudou bastante na hora de eu não precisar cozinhar e sentir a vontade de comer carne vermelha. Ela continua na alimentação normal dela, e felizmente ela não curte tanta carne quanto eu curti um dia. Ela é mais natureba desde sempre e eu fico bem feliz com essa mudança de alimentação. Eu só preferiria que ela gostasse mais de raízes e leguminosas, que é o que eu normalmente estou cozinhando agora e que ela vêm sendo mais resistente.

Tirando o fato de que vou muito mais na casa da minha avó materna, já que mainha não está mais aqui, nem pra mim nem pra ela, que tem lá seu próprio sistema de alimentação, e é até mais complicado lá do que aqui.

O lance da minha avó é que um bom tempo depois de casar, o meu avô passou por transformações drásticas de alimentação, tanto por saúde quanto por espiritualidade. Ele é adepto da macrobiótica, e tenta até hoje (hoje bem menos), "converter" os filhos e netos nessas ondas. A comida é toda integral, tem umas coisas que você põe como tempero que são meio esquisitas e com o gosto muito diferente e coisas até bem difíceis de encontrar e caras. Tirando isso, é muito saudável, embora ele nunca tenha entrado em veganismo nem nada. E já a poucos anos atrás eles precisaram entrar em uma alimentação que cortou muito do gosto da comida. A idade chega para todos, e os cuidados com colesterol e pressão fizeram a minha avó, que cozinhava muito, tanto em qualidade quanto em quantidade, perdessem muito da mão, e consequentemente o "prestígio" que a comida dela tinha em fazer todo mundo ir lá e comer a comida dela.
Ela se sente meio sozinha de vez em quando, principalmente com visitas rápidas que não fiquem para o jantar. Coisa que ela sempre fazia pra muita gente nos tempos dos filhos adolescentes.
A casa sempre foi muito cheia, hoje tem sempre alguém querendo ir embora mais cedo do que ela pretendia.

É complicado recusar a comida da minha avó. E eu tento minimizar o máximo o fato de eu não comer mais a galinha cabidela nem a carne que ela cozinha. Então eu como o frango grelhado, e deixo ela feliz o máximo que dá. Anne também, pois sempre que vai precisa comer alguma besteira, nem que seja bolacha.

A minha outra avó não é assim. A por parte de pai já não é chegada em comidas pesadas e está pra ficar pra semente comendo só fruta e verdura durante a semana, deixando tudo "de gostoso" só para os dias de festa. A vida dela é regrada, saudável e disciplinada como eu quero ser um dia. Ela tem 87 anos agora, e se você vê nem acredita. Muito ativa. Sem muitas rugas. Minha avó é uma negra muito consciente da saúde e do corpo dela. Algo a respeitar muito.

 E não é que a outra seja menos respeitada, mas é que ela ainda acha que eu vou morrer se não comer carne, e que não gostar de carne é coisa de pobre. Fazer o que?!

Bem, nem é só de impecilios que o vegetarianismo vem na minha vida. Como uma vizinha minha tem uma filha vegetariana e ela como eu não cozinha muito quando está só, ela ajuda muito com ideias do que cozinhar, assim como Cíntia a minha amiga, Mita me ajuda lá da Holanda, com várias ideias do que pôr no cardápio. E também todos os amigos veganos do curso de artes com todas as dicas de ingrediente e onde comprar com os preços em conta. Andar até o mercado de São José é que faça a força de vontade se esgotar, mas eu realmente preciso criar o hábito de ir na feira.


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