25 anos, Brasil e a vida ficando cada vez mais louca parte 2

Alguém lembra desse post do ano passado? 24 anos, Brasil e a vida ficando cada vez mais louca (parte 1);

Mais de um mês sem dar nem as caras aqui. Mas o que caralho aconteceu essa semana?

Pra mim parece que o mês passou na base "a cada hora que passa envelhecemos dez semanas". E é meio engraçado que poderá terminar o mês no "já pegamos o alvo e a artilharia"...
Ok, vamos ao básico, assim como no ano passado, e no ano retrasado, se voltar e ver meus relatos, é sempre uma época confusa e basicamente, fico às vezes, realmente preocupada pelos rumos que as coisas dão. Maio é mês de ficar mais velha, e os meus não tão aguardados 25 anos chegaram. Me considero uma pessoa adulta e cansada a partir do dia 15 e é isso. Não tenho mais muitos amigos, nem disposição pra crush, nem paciência pra rolezar. Só me resta falar da vida alheia, o saudosismo falso de um passado que nunca vivi e tentar pensar o que poderia ter sido diferente pra que não chegássemos aos caos que está hoje, mas sem muito desespero, porque não faz sentido ficar enlouquecendo com coisas além da sua capacidade.

No final, meio que tudo vira uma loucura sem tamanho, e os efeitos sobre isso chegam a cavalo, porque de carro e avião dão dá mais (tu-dum-tasss). O cavalo perdeu uma ferradura e passou um ano pra chegar no destino. Governo Temer ruindo em ano de eleição é tão assustador quanto as possibilidades de governantes mais à frente, e no meio do caminho, as pessoas ficam perdidíssimas sem saber em quem por a culpa. Porque é exatamente o que estamos fazendo, com toda a energia do brasileiro de rir de desgraça, estamos apontando qual lado foi o causador do aumento de combustível.

Infelizmente pra inteligência e para os coletores de dados, felizmente para os memes. Porque brasileiro anda produzindo e reproduzindo memes como se nada mais fosse importante. E daí, minha tese de que no futuro, tweets kibados serão os nossos novos meios de estampar os livros de história.
Por mais que pareça imbecil, essas coisas podem, e irão, se transformar na melhor estratégia de se documentar o sentimento de um povo pra poder traduzir esse sentimento de agora em algum futuro, se é que o teremos.

Veja só, você não passou uma boa parte da sua vida lendo aquelas tirinhas, vendo as caricaturas ou tentando entender as obras de arte dos períodos de guerra ou conflitos civis?! Pois se sim, reformule isso pra situação de que jornais estão perdendo bastante espaço pra mídia independente e que é mais fácil conseguir fazer graça pela internet e alcançar um alto número de pessoas pela internet e é um direcionamento inevitável que gifs terão que estampar as páginas de pdf dos livros de história da minha filha ou dos filhos dela...

Agora, sem querer ser engraçada.

O papel do artista hoje nessa sociedade está complexo e o que eu mais estou tentando fazer é entender o quanto de impacto isso tudo irá surtir ou não nas próximas ondas de movimentos artísticos. É que no final, eu quero passar a vida criando, e não só sendo empurrada a fazer qualquer coisa. E criar algo em meio a essa desordem, embora seja o momento perfeito pra ser memorável sobre algum período futuro de vanguardismo, não é nada interessante para o artista, principalmente pra nossa geração ansiosa e depressiva. Niilismo está em voga de um modo que me assusta, e não quero ver a vida sendo retratada de um modo tão assustadoramente real e sem esperança nos próximos meios culturais, embora eu consiga ver que estamos caminhando pra isso.

E a única tirinha boa pra ilustrar isso está sendo essas:

http://www.comoeurealmente.com/ 


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