Descobri sem querer: Zanele Muholi

Zanele Muholi (1972, Umlazi, Durban)

Link da biografia, de todos os prêmios e de tudo o que ela já fez em ativismo e arte,

[Escrevi enquanto estava fazendo uma video aula sobre duas fotógrafas na aula de História da Arte II, vou postar muito depois que escrevi, predatando para o dia da consciência negra porque eu não postei muito esses últimos meses]

Onde eu estava quando escutei falar sobre essa fotógrafa e ativista sul africana? Entrei atrasada na aula. Uma colega tinha falado que iria fazer o trabalho final de história da arte sobre ela e sobre uma outra artista em vídeo.

Me interessei em fazer o vídeo junto com ela. E como todo trabalho desse último semestre, adiei fazê-lo até onde pude.

Agora estou aqui aprendendo sobre essa mulher incrível e sei que eu não vou conseguir por tudo o que ela é e a importância do seu trabalho dividindo um vídeo de 5 minutos apresentando só algumas poucas fotografias suas.

À primeira vista, eu não dei o devido valor às suas fotografias, e se você não conhece a finalidade e o conceito sobre elas a maioria das pessoas inclinaria sua visão à pensar em fotografia editorial, essas de revistas, que normalmente são sem pé nem cabeça, postas ali como uma alegoria ou um simples cabide para a venda de algo.


De fato, as primeiras imagens no Google Imagens sobre ela é a série de auto-retratos intitulada Somnyama Ngonyama, ou "Salve, leoa negra!" em português.

Estou reclamando minha negritude, que eu sinto estar sempre sendo utilizada por outros privilegiados. A realidade é que eu não estou imitando ser negra; é a minha pele, e a experiência de ser negra está profundamente enraizada em mim. Assim como nossos ancestrais, vivemos como pessoas negras 365 dias por ano, e devemos falar isso sem medo
Um olhar interessante sobre o qual normalmente vemos mulheres brancas em seu habitat natural, os de musas da beleza em cartazes, revistas, obras de arte. Um projeto do qual eu mesma tinha pensado fazer anteriormente esse ano.
Com diferenças únicas, uma produção de 365 fotos. O uso da fotografia em preto e branco destaca ainda mais o caráter racial dessas obras, e os nomes de cada uma e as localidades diferentes do mundo onde as fotos foram criadas em resumo a um personagem específico da própria Zanele é algo ainda mais impactante sobre o conceito dessa artista visual, ou "ativista visual" como ela proclama.

 MaID I, Syracuse, NY

Link para a mostra do trabalho na ZAM Magazine


Interessante é entre as informações terem o local onde foram tiradas.
Bona,  Charlottsville, 2015 me lembrou muito a pintura da Nathalie Vogel

Voltando ao ponto de partida da carreira da Zanele, é de um trabalho de anos e que continua sendo feito que ela ganhou status de fotógrafa renomada. A série Faces and Phases de retratos de mulheres queer a partir da Africa do Sul, mas expandiu esse trabalho ao longo dos anos (2006 a 2014) a lésbicas e transgêneros de outros países, devido a ataques xenofóbicos e homofóbicos.

Zinzi and Tozama I Mowbray, Cape Town, 2010
Somizy Sincwala, Parktown, 2014 © Zanele Muholi. Courtesy Of Stevenson, Cape Town And Johannesburg







ZaVa II, Paris

2013 Silver gelatin print





ZaVa III, Paris

2013 Silver gelatin print





As fotografias são muito íntimas, e dão nomes e localização de mulheres que vivem a vida com medo de ataques e estupros corretivos, coisas que acontecem com frequência devido ao tabu sobre a homossexualidade.
Não só é um projeto bonito de se ver, com a produção que ela mesma faz, o projeto conseguiu mobilizar muitas pessoas em projetos de auto apropriação de imagem. O processo de ensinar as pessoas das cidades pequenas por onde a a fotografa passa é uma das coisas mais fodas que ela pode fazer, e que qualquer artista pode fazer.


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Fiquei apaixonada por ela, só isso.
Depois de tentar fazer um texto bonitinho e bem produzido, cheguei à conclusão de que o trabalho dela significa demais pra o término desse ano pra mim, e que eu não poderia com a cabeça que eu tô nesse momento falar qualquer coisa coerente sobre o meu estado de espírito quando eu vejo um trabalho tão dedicado por tantos anos à uma causa, e principalmente se doar tanto. Eu gostaria de me doar assim também algum dia.

Eu li para escrever:
link 1
link 2
link 3
link 4
link 5

Kekeletso Khena, Green Market Square Cape Town, from the series Faces and Phases, 2012
ID Crisis, 2003
Zanele Muholi, Miss Lesbian I & II, 2009 Photo: Sean Fitzpatrick © Zanele Muholi



Assistam o vídeo produzido pelo Human Rights Watch, que autorizou a legendagem pela ZUM.


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