Músicas de término

 Esses dias pós término eu escutei bastante um álbum. Inteiro, completinho, todas as músicas são ótimas, ele é super coeso e termina de forma perfeita. Curti de forma exemplar meu luto com esse álbum. Só que ele meio que entrou em mim de forma tão perfeita que é até estranho. E isso aconteceu outras vezes. 

O álbum Back to Black é de 2006 e eu já o conhecia de cabo a rabo. Assim que lançou Rehab eu virei muito fã da Amy. Até gosto de umas músicas dela do EP, mas as minhas favoritas são os do álbum mesmo. Meu primeiro namoro terminou no comecinho de 2008, e Just Friends foi a minha música de término da época. Se eu fecho os olhos e escuto essa música eu consigo sentir o gosto das minhas lágrimas. Chorei e sofri demais com aquele término. Enlouqueci muito, a ponto de ter crise e ir parar no hospital. Foi bem pesado. O álbum é até condizente com o surto todo, bem dramático e fodido da cabeça. You know I'm no good, tears dry on their own, rehab e me and mrs Jones são até passáveis, mas eu não chegava em Love is a losing game sem pensar nele. Hoje em dia eu escuto e sinto uma nostalgia enorme, apesar dos pesares. E hoje minha música favorita seria he can only hold her.

Os outros relacionamentos que eu tive não foram tão dramáticos... até aquele fatídico.

E a trilha sonora foi o ANTI da Rihanna. Tanto que eu nunca mais escutei esse cd completo.

Consideration entrou na minha mente. Amo essa música e ainda mais quando soube a história da SZA, mas isso eu não sabia na época. Esse álbum lançou justamente na época que eu estava vivenciando a negação do término. E eu neguei por muito tempo, então work me fez dançar muito, needed me me fez querer jogar umas verdades na cara dele, mas same ol'mistakes me fez repensar minhas escolhas. Love on the brain é um dos que eu nem chegava perto. Passava mesmo. Doeria muito. Never ending é linda e poética para o momento.

Mas é. Sobrevivi ao ANTI. Não sei como.

E esse último coincidiu com o lançamento do último disco da Billie Eillish. Nunca fui muito fã do estilo de cantar dela, mas esse me pegou desprevenida.



The Greatest é uma daquelas músicas que me pegaram de assalto do tipo... como ela pôde escrever o que estava na minha cabeça? Chihiro também. Tem passagens que me fazem querer cantar a plenos pulmões, e essa nem é uma música pra ser gritada. L'amour de ma vie não é letra a letra o que eu diria, mas conecta um sentimento de raiva em comum. Blue e Skinny são a minha cara. Mas a mais específica com certeza é a wildflower. É péssimo que meu relacionamento tenha acabado sem maiores explicações de ambos os lados, mas essa música me fez ressignificar alguns silêncios. 

Mas fato é que Hit me hard and soft é um ótimo sintetizador de tristeza. E eu preciso disso. Meu maior medo é ir de ANTI de novo e ficar negando o óbvio, tentar dançar quando eu estou destruída e com saudades de tudo o que eu não vivi. Preciso viver o luto com força e seguir em frente. 



Comentários

Postagens mais visitadas

Facebook