Primeiras impressões de The Savior e reclamações | BDB

Faz bastante tempo que eu não escrevo sobre a Irmandade da Adaga Negra, uma das minhas maiores obsessões, mas agora eu simplesmente preciso muito desabafar. Porque esse vício está cada vez pior.
E não é pior, tipo 'eu não consigo me desligar de um universo tão bom', como era antigamente. É porque eu estou no nível em que a droga não faz mais efeito, e você usa só porque o corpo não consegue mais rodar sem, ou porque você acha que vai morrer se parar.

Dramático, eu sei.

Mas vamos começar com a expectativa. Eu poderia dizer que ela não estava alta. Mas eu comi o livro em dois dias (baixei no dia que lançou) e nem dormi pra poder terminar. Mesmo que eu tenha
passado uma boa parte daquela ladainha chata da Ward de repetir tudo o que a gente já sabe. É bom pra novos fãs, mas a gente que já tá calejado, não interessa mais. Eu poderia listar as 20 ou mais vezes que ela descreveu a entrada da mansão e o foyer. Jesus. 

Voltando, eu tenho que admitir que eu esperava esse livro desde Amante Meu sim, porque eu amo a Xhex e queria muito saber como, quando e porque dos problemas dela. Já que ela é a personagem com mais "passado pra contar". Porém, também fiquei desanimadíssima com a heroína que do Murhder. Outra humana. Porra, Ward. Que ódio. Trinta Escolhidas servindo como escravas de sangue, e tu me bota outra humana no pacote. Só pra encher linguiça. Sem se preocupar que vai ter que explicar tudo de novo, contar a porra da história inteira, sem contar na coisa da mortalidade eminente da criatura.
Ou seja... Revirei os olhos de desgosto já quando vi a sinopse.

Dando uma chance, depois de tudo... eu tenho que dizer que a primeira parte foi bem legal. Mas chegando ao final, eu não conseguia disfarçar que eu já sabia e mesmo assim gosto de me iludir. Não é uma grande desilusão como foi The Choosen. Mas também é um fato de que nunca irá ter um novo Amante Vingado. Nunca. Mais.

Eu vou continuar lendo, porque eu preciso saber como a porra da guerra termina, mas voltar a respeitar os irmãos é uma coisa que nunca mais acontecer. E é exatamente esse o sentimento, eu acabei de perceber. Eu não tenho mais respeito pelos personagens. E era esse amor que eu tinha que passava por cima de tantas inconsistências na trama, tantos furos na timeline, tantos mínimos detalhes que acabaram minando o carinho que eu tenho pela Ward como escritora.

Ela criou um universo que eu amava muito, e ainda amo, mas não conseguiu se manter fiel aos personagens. Fidelidade, no final, só à formula, mais batida que fórmula Marvel. Uma cena de sexo de um casal aleatório, três do casal central da trama, uma problema relacionado à guerra, seja dos redutores ou contra os opositores de Wrath, uma luta ou correria no final. E sempre alguém no hospital da Irmandade, que é o local de todos os acontecimentos recentes. E é isso. E claro, recontar a porra da história inteira dos 15 livros, porque a gente precisa saber o que aconteceu no primeiro livro, mesmo que os personagens dos últimos livros virem apenas nota de rodapé.

Pra você ter uma ideia, Butch aqui foi resumido à "o cara parrudo" (livre tradução), Rehvenge só fez uma única coisa nesse livro: "cuidou do Wrath". Dentro de casa. Sim. Ela foi lá. Ela não só reduziu o líder e rei dos Sympaths à babá, como reduziu o Wrath à um bebezão.

E vou reconhecer que eu nem li o livro todo. Não senti necessidade. A maior parte dos pensamentos da Sarah foram pulados sem dó. O preconceito já estava lá, mas a Ward também não ajudou a me colocar uma personagem como "nerd", atraente, cientista, sozinha sem família e sem amigos, uma das cabeças no ramo de pesquisa dela (E não tem um puxa saco pra sentir falta dessa mulher?), biomédica mega inteligente e milagrosa. Não dá, é forçado pra cacete. Sem contar que do começo ao fim, a mulher fica o livro todo chorando as pitangas pelo quase marido dela ter morrido sendo que ela já estava querendo se separar dele. E esse é o drama dela. Fraco. Desapontante. Genérica.

E toda vez que ela fala Gery, eu só lembro do Gary do Bob Esponja. Especificamente assim.


Até a cena é a mesma que ela descreve.

O Murhder é legal. Sim, só isso mesmo. Não tem nenhuma outra característica marcante dele além dele ser gato e um cara legal. Porque nem mesmo a tal "loucura" dele é bem explorada. Quando o livro começa e mostra as lembranças dele sobre o que aconteceu 20 anos atrás, eu pensei: "Bem, um caso típico de stress pós-traumático. Legal!". Mas ficou resumido a ele ficar dizendo pra nós e pra si mesmo "eu sou insano", "não podem confiar em mim", "a mente dele ficou completamente distante da terra", sendo que na cabeça dele tudo parecia muito bem organizado, sem nenhum sintoma externo ou interno dessa tal loucura além de não cortar o cabelo a um tempo ou esquecer o casaco antes de sair. Oi? 
(Eu perguntei às meninas de um dos grupos onde ele parecia louco e ela disse que tem alguma explicação no fim do livro, mas eu não lembro de ter lido isso, mas pode ter sido em algumas das interações dele com a Sarah e eu não me interessei o suficiente pra ler tudo, só dei uma passagem de olho.) 
Sem falar que Phury parecia muito mais louco pra mim em todos os sentidos da palavra. O cara literalmente via e escutava coisas. Não é como se a Ward não soubesse fazer um personagem realmente pirado.

Ah, aviso de spoilers abaixo!

Outra coisa que eu vou me debruçar mais uma vez depois, mas como eu tive raiva dos Irmãos nesse livro. Quer dizer, eu já tinha tido muitas raivas com eles, mas esse livro eles, todos eles, conseguiram ultrapassar o nível de escrotisse. 
Porque de todas as desculpas que eles tinham que ter pra não confiar num Irmão que lutou com eles por séculos foi que ele matou triturou uns humanos que faziam experiências em vampiros. Tipo, eles sabiam disso, que foi retaliação, não um ato de ódio aleatório, e mesmo assim trataram ele como a pior pessoa da terra, e ainda com uma desculpinha fajuta de que eles tiveram "que fazer a faxina por ele". Tipo, NADA QUE VOCÊS NÃO FIZERAM PELO PHURY (lembram quando ele estava descontrolado?), VISHOUS (quando ele do nada resolveu sequestrar uma médica humana)...

Outra coisa é como eles trataram a doença mental dele como algo que ele fez por sacanagem. Mesmo sem saber o porque (a tortura dos Sympathos) eles sabiam que ele estava sem condições de responder pelos atos dele. Então porque serem malvados com o cara? Não só o apontar de dedos, mas também quando ele pediu pra ficar com a humana dele, eles total ignoraram o fato de que ele ficaria péssimo assim como todo macho vinculado. Como se não tivessem tido essa experiência, como se não conhecessem empatia alguma com um cara QUE ERA IRMÃO DELES! Se tivessem estabelecido que ele já era uma pessoa que os outros não gostavam... mas não, sabe. O Rhage fala que o amava. Ele era uma pessoa sem nenhum problema com nenhum deles antes do breakdown dele. E falando nisso, por incrível que pareça, o Rhage foi o único Irmão até agora que não fez nenhuma cagada forte que me fizesse perder o respeito por; mas eu falo mais disso depois.

Falando em Irmandade:
Por que o John foi iniciado na Irmandade sem nenhum bom motivo? Só porque o Muhrder pediu?
Foi triste. Foi nepotismo. Depois do Qhuinn ter quase morrido duas vezes pra salvar a pele da galera e conseguir ser considerado pra integrar a Irmandade.
Decepcionante. Esperava no mínimo um ato heroico. Ele salva o Murhder, mas... pareceu que foi mais porque ele quase morreu, sem contar que ele podia ter posto a casa inteira em risco porque não quis contar que foi mordido por um zumbi. WTF, dude?!
Sem contar que o Tohr parecia muito pai de adolescente mimado nesse livro, e não de um cara adulto, que é casado, e mesmo que eles não saibam, tem mais idade que todo mundo da casa. John é displicente, irresponsável, e não segue ordens nenhum no livro. Não acredito em nenhum momento que ele é merecedor da honra embora eu o ame muito, sendo um dos meus personagens favoritos. 

Outros pequenos detalhes que me fizeram bater um facepalm forte.

Qhuinn e Blay, kkkk
Qhuinn pintou o cabelo de roxo. E antes, de rosa. Sendo que ele é daltônico, só vê cinza. E depois disso e da informação que o V estava deixando ele todo tatuado eu não consigo mais ver o Qhuinn como nada além de uma versão mais musculosa do Eduardo do Diva Depressão. Sim, eu tenho uma imaginação tosca.




A Xhex deu a entender que ela sabe que o JM é o Darius. E o tapado do Muhder mesmo vendo que ele é a cara do "pai" ainda fica surpreso quando descobre que ele é filho do cara, podendo até ter juntado os dois mais dois. Mas depois largam de mão, e esquecem o assunto no churrasco.

Falando nisso, Ward me deu altos sustos fazendo a Xhex muito, mas muito próxima de trair o JM. Mesmo que depois ela dê uma desconversada, gente, tem uma vez que ele segura na mão dela que  parecia que ela ia mesmo cruzar a linha. E é incrível que depois de tudo, o Murhder não tenha sentido nada quando ela fala do John sendo que um dia desses ela (a Ward) deu a informação num #ThrowbackBrothers que a resposta pra um momento da vida dele era "eles dançando à luz do luar, que nunca aconteceu, mas ele sonhava que tivesse". E eles três ficam amiguinhos e tudo é lindo e colorido. Ahn... eu gosto que o John consiga sublimar o ciúmes, mas é muito fácil e fica forçado mesmo assim.
Ah, e depois da indução do John, o Muhrder avisa pra Xhex que ela também está cotada pra Irmandade, e que eles não serão um "clube do bolinha" por muito tempo... mas não consigo imaginar como seria aquela cerimônia toda acontecendo. Um bando de macho nu bebendo o sangue dela e depois batendo no peito dela? Not happening.

Siiim, o que foi aquele diálogo ridículo entre o moleque que é salvo (afinal, The Savior, dã), e o John? Como que o Nate descobriu tanta coisa do John com aqueles sinais que ele fez? Eu ri alto. E o fato dele parecer uma criança, até ok. Mas a ponto da humana por ele no colo? Amiga, não dá. Ele não deve parecer menos de 7 anos. E mais do que o peso de uma criança dessa idade não dá simplesmente pra por no colo. Que louco. Ah, Nate... tão dispensável; já vendo que é mais um que ela dá nome, background, mas esquece ele rapidamente e nunca mais volta a falar do coitado na série. Falando nisso, a Sarah simplesmente chama ele pra morar com ela e o novo marido numa casinha deles. Até que enfim a Ward percebeu que não dava pra enfiar mais gente naquela casa, e por isso mesmo eu não entendi a necessidade de por ela na mansão da Irmandade. Ela não vai morar lá; E ainda assim, mesmo eles resolvendo deixar ela ficar com o Murhder, ela ainda é uma humana e ainda um risco pra segurança. As regras da Irmandade são um escárnio;

Vishous como quase sempre, sendo um pé no saco pra depois ter que se desculpar. Sim, ele faz isso mais duas vezes nesse livro. Ele não se cansa. Ou melhor, a Ward não cansa de fazer ele ser mais odiável a cada hora. Já não bastava ter colocado ele como um safado que quase trai a Jane, e um arrogante presunçoso que achava que tinha o direito de ser a divindade da raça no The Thief; Mano, só não barra a galera que faz fanfic do Vishous que é mais sádica que os pais do próprio.

Mas falando das coisas boas:
As cenas do Throe, mesmo uma chatisse sem tamanho desde o último livro, com seus planos mirabolantes pra conseguir o trono, ficaram um pouco mais interessantes porque dava um medinho, no final de cada parte dele, sempre dava uma agonia quando ele percebia alguma coisa que as sombras estava fazendo. Achei legal, mesmo sendo umas duas frases, mas valeu, fiquei com medo por ele.  e nos livramos dele, acho que pra sempre, numa cena muito foda.
E a volta da Devina! Finalmente a Irmandade terá um bom vilão, porque esses últimos estava péssimos. E espero que ela pare com a dos vampiros zumbis, estava muito estranho. Já que a demônio mais foda do universo voltou do inferno, nada mais justo que ela invente coisas melhores pra aterrorizar a Irmandade. Agora, eu acho complicado ela ter algum motivo pra se interessar pela Irmandade, pelo Ômega, e todas essas coisas, porque o papel dela não era trazer o apocalipse, demônios à terra ou algo assim? Ou eu estou enganada? Faz tempo que eu li Fallen Angels, e eu nem consegui ler o último da saga.

Sim, parece que a única coisa boa que eu tirei desse livro é a expectativa para o próximo. É uma relação complicada mesmo. É um fato que eu desisti de ver sentido nessa série. Só quero muito que a guerra acabe em alguma hora. E que o Ahgony nasça. Estou esperando isso também, espero que apareça, porque amo o Phury e ele merece. Falando nisso, no ThrowbackaBrother dele ele falar que estava conversando com a Cormia de tentar ter filhos quando a necessidade dela vier. Quero muito outra sessão de sexo 30 a 48hrs.

As cenas de sexo desse livro como sempre são muito boas, qualidade Ward de furança, mas bem soft, meio brega, nada de especial ou kink acontecendo. Como eu não gostei da personagem principal, eu não consegui me conectar com elas. A única que eu adorei foi a do John e da Xhex no começo porque a gente quase não vê as meninas chupando, parece que ela é a única personagem que sabe fazer oral daquela casa.

Eu me sinto muito chata depois dessa review. Mas na verdade, acho que se eu ler esse livro de novo as coisas talvez melhorem. Eu estava muito empolgada na primeira metade do livro. A segunda é que foi me dando raiva, e por não ter com quem explodir a minha frustração acabei fazendo esse post triste e deplorável.

Eu nem tinha feito dos últimos livros justamente porque eu não queria fazer exatamente isso.

Mas eu vou retornar quando eu estiver mais calma, ter lido o livro na versão em português (que sim, faz muita diferença na minha percepção), e depois eu faço um resumo melhor.

Mas pra continuar destilando a raiva num post só, eu preciso desabafar aqui sobre a minha recente onda de ódio contra os Irmãos.


Já tem um tempo que eu só venho tendo desgosto quando eu leio sobre os Irmãos originais. Entendo que a escrita protege menos e mostra mais dos defeitos deles quando não são os livros deles. Mas é uma desconstrução muito grande sobre o caráter deles como personagens.


Comecei com muita raiva do Qhuinn em The Choosen. Ele basicamente tentou matar a mãe dos filhos dele. Vocês têm noção do quanto isso foi pesado, mesmo com a "redenção" dele no final do livro? E também o fato de que o Tohr quase bateu na Layla no mesmo livro?
Depois em The Thief toda a situação do Vishous que eu já falei aqui encima, e que destrói completamente a ideia de que macho vinculados são uma maravilha na terra, porque é óbvio que se eles pensam em trair, é tão fácil trair quando qualquer outro ser vivo.
Sem contar que achei triste saber que o Butch tem uma ideia tão nociva quanto dividir mulheres entre santas e putas no Blood Kiss, mesmo sabendo que esse é e sempre foi o posicionamento da Irmandade como um todo (com todo o papo de "fêmea de valor"), mas ver isso refletir no relacionamento dele é um soco na cara.
E essa de tratar tão mal e sem consideração, sem lealdade nenhuma a um dos Irmãos foi um prego no caixão do carinho por eles.
Vocês tem noção que eu no momento, amo mais os membros do Bando dos Bastardos, mesmo sabendo que eles são sim, estupradores e criminosos, mas que pelo eles não tentam me enganar com o papo de honrados e coisas do tipo?! Eu não sou traída se eu não espero nada de bom ou valoroso de nenhum deles.
Wrath virou uma figura abominável. Muito mais sobre o que ele representa no momento. Era muito melhor terem deixado ele como rei numa sociedade monárquica, porque não tem sentido nenhum ele ser um reizinho numa "democracia" que ainda vê como punível como morte uma ótima solução pra "traição". Porque isso faz dele um ditador. Que na minha opinião é pior que ser um rei porque tecnicamente você deveria saber que pra se ter democracia precisa ter oposição. Simples assim. Como que ele pode impedir e mandar matar quem for contra o governo dele, numa reunião da Glymera? Mesmo orquestrada por alguém que já era conhecido, você não pode chegar mandando o foda-se. Se eu me lembro bem, até o Bando dos Bastardos teve que ter procura por provas, e a possibilidade de um julgamento mais justo do que isso. Sinceramente, eu total entendo a Glymera, Wrath é e sempre foi um péssimo rei.
E é isso.
Me perdoem, me julguem. Eu não conseguia mais não reclamar.

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