Contos de The Witcher | Livro 1 Parte 1

Voltamos a falar de the Witcher. Eu estou mais do que obcecada por esse tema. E ainda faltam muitos meses até a segunda temporada sair, então... Sei lá, talvez eu me acalme um pouco já que eu já li todos os livros disponíveis. Embora pense em relê-los.

Bem, eu fiz a escolha acertada de ler os contos depois dos romances, porque de qualquer jeito, eu sabia aonde eles descambavam por conta da série. Foi mais interessante pra mim pois, agora, eu sei onde a série está indo e irá terminar sem ter a raiva que eu teria quando/se eu tivesse que reimaginar desde o começo de outra forma.

Então vamos às considerações sobre cada um dos contos (e se eu gostei ou não de como se adaptou para a série):

The Last Wish | O último desejo

A coletânea de contos é uma um pouco difícil de lidar já que, já de primeira, você esbarra com a tão mal falada falta de cronologia. Você não tem muita ideia do que está acontecendo e se eu tivesse lido esses contos sem saber de nada ia odiar sem ler tudo e nem teria dado uma chance para os romances.

Apesar de A voz da razão ser muito boa introduzindo os personagens e as relações já estabelecidas entre eles. Contam o que aconteceu com o relacionamento da Yennefer e o Geralt, quem são as pessoas próximas do Geralt, e como é a relação dele com o mundo que ele vive.
A parte um é só ele transando com alguém que não conhecemos, nem ele. Os demais contos contam as suas aventuras quase como flashbacks, mesmo que a gente possa saber que os contos foram sendo construídos sem muita relação entre si e foi pouco planejado como uma série. Dá muito pra perceber que essas primeiras histórias são apenas releituras de contos de fadas.

O Bruxo é o primeiro flashback e vem estabelecendo logo de cara como o Geralt é mal visto sob a visão de boa parte da população. Tanto por ser bruxo, quanto por ser de Rívia ( que aliás, ele nem é); E começa bem como o primeiro episódio da Netflix. E é a história que nos ambienta num mundo de reinos, princesas, monstros, maldições e principalmente, de incesto, pois... claro, porque não?! É a história em que na série foi chamada de "Lua da traição" contando a história da estrige e do rei que ficava com a irmã. 

Não sei porque, mas acho que Game of Thrones pode ter aberto as portas para muitas adaptações que antes seriam controversas demais pra estarem disponíveis para o grande público. Aparentemente histórias épicas realistas tem que ter sua boa dose de incesto ou insinuações de atos dessa natureza. Bem, essa história não vai muito a fundo pra explicar se foi consensual ou não que a coitada da princesa teve uma filha com o irmão, não temos como saber se a Cersei  Adda era ou não se a princesa foi abusada, mas ela morre no parto enquanto a menina é jogada lá pra ser o monstro do castelo. O rei Foltest não quer matar a filha, contrata Geralt, que promete pelo menos tentar salvá-la. O episódio acontece quase como no conto, com diferenças só em como Triss conhece o Geralt. Acho que essa é a história que a série é mais fiel ao original apesar desses pequenos ajustes.

 Ah, e quem cuida dele ao levar a mordida da princesa, ao invés da Triss, é a Nenneke, uma atarracada senhora, Sacerdotisa de Melitele (um culto à um tipo de divindade maternal), do qual Geralt tem uma relação antiga, de afeto maternal mútuo.
 Diga-se de passagem, acho um furo aqui porque ele diz que estudou ali, e em tese ela seria sido sua professora, mas depois se dá a entender que o Geralt é muito mais velho que isso (deduzo); considerando que ela ainda está viva na segunda grande guerra com Nilfgaard. Então ele nessa época não poderia ter mais do que 35, 40. Quanto ela teria?
Anyway.

A parte dois de A voz da razão já vem pra explicar onde o Geralt está, com quem tinha dormido (Iola, uma 'noviça' que fez voto de silêncio) e que estava com um problema com a má cicatrização da mordida no pescoço, mais que isso, estava tendo alguma dificuldade emocional desconhecida que o impedia de se curar tão rápido quanto poderia, e a Nenneke propôe resolver com um transe. Ela, com a ajuda de Iola, iriam ver sobre o turbilhão "do destino" o que poderia ser a causa do que quer que fosse, e Geralt, descrente, não queria ver.

O segundo flashback vem reimaginando o conto da Bela e a Fera de uma maneira completamente triste e mais horrenda possível.

Um Grão de Veracidade | Wiki The Witcher | Fandom
Geralt encontrando a vampira que afinal, amava a Fera. Podia ter deixado ela viver em paz.
Um grão de veracidade (por algum motivo é um daqueles que os fãs amam, mesmo não acrescentando em nada na personalidade do Geralt), é uma história muito cruel sobre amor verdadeiro.
A história da fera, de nome Nivellen, ser um estuprador e por isso é amaldiçoado, ainda vem o Geralt matar a coitada da monstro que se apaixona de verdade por ele. Não dá pra dizer que não é engraçado já que antes de encontrá-la, o monstro vai tentando o método de "sequestro romântico" eternizado pelos contos clássicos, que até dá resultado em termos sexuais mas sem alcançar o amor verdadeiro, que o curaria. Ele continua um monstro mesmo conquistando as moças que ele mantém com o dinheiro que tinha como antes saqueador, e depois de um tempo, ele até se acostuma com isso. Ser a fera o deixava menos patético do que fora como humano. Só o consegue quando outro ser, uma vampiresa, se apaixona por Nivellen, e passa a "assombrar" os humanos que passam perto do castelo. Só não entendo porque o Geralt se dispõe a matá-la já que, se não tivesse voltado pra confrontá-la, não faria diferença. No fim se comporta como um intrometido e não como o bruxo turrão que é, e pra mim, nem como o salvador da história ele termina sendo. Posso até me interessar pela narrativa de que ele pensava nos humanos mortos, mas sinceramente, não acredito que o Geralt seja altruísta nesse conto. Ele apenas se intromete. E mata um monstro que poderia não ter executado.
Fora que acaba a maldição do Nivellen (já que ela o amava de verdade) e deixa o cara na merda.

Já daí eu começo a achar o estilo caótico bom/neutro do Geralt bem questionável, mas fica ainda pior quando chegamos na história da Renfri.

Que eu explicarei no futuro, já que o hype esfriou. Eu termino o post cinco meses depois, mas deixo salvo que em 27/06/20, eu ainda gosto muito de The Witcher e pretendo relê-lo em breve.



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