Breves comentários sobre uma obra-prima

Eu estou digerindo Black is King.

Toda vez que eu escuto e vejo, eu paro pra penso em quantas camadas o trabalho tem e elas simplesmente não acabam!

Difícil fazer um apanhado de referências. Só as auto referências aos trabalhos anteriores da Beyoncé, uma porrada...

É difícil pensar como foi frustrante ter escutado o CD da trilha sonora sem saber a história que estava sendo contada, apesar de ter sido lançada com o filme original do Rei Leão, um ano atrás. 
Eu tinha escutado, mas eu não entendi. 
Bigger, a música que eu já tinha como preferida, ganha toda uma conotação nova e muito mais espiritual. Aliás, começar com essa música já me fez querer chorar nos primeiros cinco minutos de Black is King.

E lançar o visual album agora tem tão mais carga emocional (claro, agora que todos nós vivemos o pós-George Floyd) e também o desapontamento com o "live" action animado, que não supriu a vontade de se enterrar em nostalgia, aquele que a dona Disney prometeu e não cumpriu... que o filme vira realmente a melhor versão de O Rei Leão que eu não estava esperando para 2020.
E tem esse lado infantil meu que ama o desenho da Disney que não deixa mentir, o filme da Bey me fez ir ao céu como uma representação quase perfeita do que tem o sentimento de ver O Rei Leão novamente. Tem um único detalhe que me perdeu um pouco, que foi a parte da morte do Mufasa, mas nada tão out que eu não pudesse voltar quando o novo Hakuna Matata me trouxe de volta à narrativa.

 Desconfio que algumas particularidades dos últimos álbuns da Beyoncé tenham deixado algumas marcas específicas em como consumir músicas. O visual é imperativo para entender a complexidade que todo o projeto constrói. Sem contar que o nível com ela é tão mais alto que outros artistas mais básicos acabam ficando muito abaixo até para criar expectativas.
Ah, e ainda me faz lamentar que o Everything is Love não tenha tido também um filme inteiro dedicado a ele, mesmo que só Apeshit tenha quebrado a internet a apenas dois anos atrás... 
Difícil também crer que faz pouco tempo que Lemonade saiu. Só faz quatro anos que estamos cantando Formation, como assim? A mulher fez três dos melhores álbuns da vida em um período tão curto? Como?
Bem, a resposta poderia ser: se cercando de muita gente talentosa demais. E é certo, muita gente foda nesse projeto, mas é tanta que eu preciso de um tempo pra consumir todos os artistas que ela apresenta em Black is King.


E por isso mesmo é que é preciso revisitadas a essa obra-prima que é Black is King. A cada detalhe tem uma história, não só a clássica, mas também de como entender a arte, não só da Beyoncé, mas do que ele inspira em outros.

Até agora minha música preferida é Water. Ela foi o que mais teve novos significados enquanto eu assistia. 

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