Capítulo 5 - As Gêmeas | BDB
Capítulo 5
Antes
desse momento, Vishous não achava que tivesse um coração.
Sim, ele
tinha um músculo no peito com seis câmaras que bombeavam sangue enriquecido de
oxigênio para o corpo dele. Mas o coração, a sede das emoções, a casa do
amor, ele não tinha. Ele pode ter nascido com isso, mas o abandonara há
muito tempo.
Ele podia
imitar a emoção e fingir as melhores delas, mas sabia que no fundo, no âmago de
seu ser, que ele estava morto por dentro.
Fodidamente
morto por 300 malditos anos.
Toda
noite que ele passou no acampamento de guerra de seu pai, ele clamava por sua
mãe. Gritava pela fêmea que o deu à luz, alimentou-o do próprio corpo,
embalou-o e amou-o. Ele podia lembrar o cheiro dela, mel e creme. Ele
segurou a memória o máximo que pôde. Ele queria voltar para aquele lugar especial
de ouro do amor de uma mãe. Era o melhor sentimento do mundo, o que ele
podia lembrar disso. Ele via isso toda vez que assistia Bella e Nalla ou
Mary e Bitty, Beth e LW. O amor fluía delas. Não importa onde ele
estivesse na casa, ele poderia encontrar qualquer um deles pelo amor que enevoava
o lugar. Ele apreciava o Pit agora mais do que nunca. Ele não cobiçava
seus irmãos, suas famílias, mas uma pequena parte dele os
invejava e, em seguida, uma parte menor ainda queria que tudo desmoronasse em
torno deles.
Ele
havia ansiado qualquer forma de amor que alguém estivesse disposto a dar, mas
nunca veio. E então, com a precisão de um cirurgião, ele havia sido habilmente
transformado no bastardo sem alma que mais do que correspondia ao seu nome de
nascimento.
Uma
fungada o trouxe de volta ao corpo e de volta ao presente. Ele embalou a filha contra o peito, porque agora, neste momento,
ele rezou para uma mãe que ele odiava fazer dele um macho diferente. Ela lhe devia isso.
"Me
ajude." Ele implorou silenciosamente. Ele não sabia se sua mãe o
ouviu de onde quer que ela estivesse, mas ele enviou o SOS mental de qualquer
maneira.
A
filha dele, Logan, como sua irmã gêmea a chamara, derramou tudo enquanto
soluçava, dando a ele um lugar na primeira fileira para o colapso.
Estava
matando-o tão bem quanto um .40 em sua membrana e quebrando seu maldito coraçãozinho. Ela batia suavemente no seu peito com o punho. Não doeu, mas ela precisava continuar fazendo isso.
Ele
ouviu a irmã chorando baixinho do outro lado da sala. Seus olhos se voltaram para os dela. Ele segurou seu olhar por uma eternidade. Algo suavizou em seus olhos, um soluço suave deixando sua
garganta. Ele estendeu o braço livre para ela, num piscar de olhos ela se
atirou para ele, aconchegando-se ao lado de sua irmã. Ele abraçou os dois ao peito, inalando seus delicados aromas.
Lágrimas
brilhavam nos olhos de Jane, e até Wrath estava sentado na cadeira de hospital,
enxugando as bochechas com as costas da mão. Zypher parecia positivamente assassino e V simplesmente não dava a
mínima se o bastardo estava bravo com ele ou com o mundo.
Ele
não tinha certeza de quanto tempo eles se sentaram no chão, suspensos no tempo,
mas um ronco suave de Logan o alertou que suas filhas tinham chorado até a
exaustão e caíram em um sono profundo.
Ele
olhou para baixo, a visão dele embaçada. Ele piscou várias vezes, uma
careta iluminando seu rosto.
Houve
um estalo e, em seguida, um quadrado branco foi empurrado em seu campo de
visão.
Um
lenço?
Que
porra é essa?
Ele
não estava chorando, mas quando ele olhou para o braço segurando o quadrado,
sentiu a umidade na gola de sua camisa.
Porra,
ele estava chorando.
Vishous,
filho do Bloodletter, semideus da raça dos vampiros, não chorava.
Wrath
elevou-se sobre ele, uma vez que sua agressão acumulava, segurando um delicado
lenço na mão. Vishous olhou para ele, não querendo admitir sua fraqueza. Ele estendeu a mão, estacou, deixando a mão para balançar entre
admitir sua fraqueza e joga-la longe.
"Pega
logo isso, filho da puta." Wrath rosnou.
V arrancou-o
da mão dele e soltou um VTNC quando o rei riu baixinho. Ele enxugou o rosto sem desalojar nenhuma das gêmeas do sono ou de
seus braços. Ele achou difícil deixá-las ir ainda e eles se enrolaram nele.
O
telefone tocou. Jane a pegou e falou baixinho para Wrath, que respondeu em tom
igualmente baixo. Em qualquer outro momento, V teria ficado chateado por ser tratado
como uma criança, mas ele não se importava naquele momento. “Fritz arrumou os quartos delas no terceiro andar. Do outro lado de Rhage e Mary. Wrath ofereceu uma vez que ele
terminou com a sua reuniãozinha com a Jane.
V
assentiu.
Bom,
eles estariam perto de Mary se elas precisassem dela. Mary a que ajudava-os em toda essa merda emocional. Ela era boa nisso. Ela mantinha a cabeça no lugar
em todos os momentos. Nenhuma rachadura em sua
psique, nenhuma besteira paterna sangrando e manchando tudo ao seu redor. O intelecto dele não seria o salvador neste caso.
Houve
uma batida suave na porta. Jane se aproximou e girou a
maçaneta.
Uma
onda de Chanel No. 5 tomou conta de tudo quando iAM e sua companheira, a rainha
das Sombras, Maichen, entraram no quarto. O iAm estava vestido pelo guarda-roupa padrão da Irmandade, com
couro preto da cabeça aos pés e transbordando de armas. O macho sempre foi exagerado quando estava com sua companheira. Não que qualquer outro macho fosse diferente quando saiam no mundo
humano com sua fêmea. Duas .40 e a corrente longa
eram Procedimento Operacional Padrão. V teve que admitir que o macho
era sexy pra caralho. Maichen estava coberta em
cordões de rubis e diamantes, envolta de suas vestes branco-creme; um daqueles vestidos de um ombro só que acumulavam a seus pés,
mesmo em seus saltos. V nunca tinha visto o apelo de
Marissa e, agora que vira Maichen, Marissa era uma basic bitch no ranking das
mais bem vestidas, no que lhe dizia respeito. Ele nunca expressaria isso para Butch ou iAm. Maichen em uma
palavra, ela era uma visão.
Os
olhos escuros iAm varreram a sala, procurando por qualquer sinal de perigo que
precisasse ser esfaqueado e comido. Após sua avaliação, ele cumprimentou
com cabeça a todos ao redor.
Maichen
simplesmente reconheceu todos com um pequeno sorriso, as pontas de suas presas
aparecendo sobre o lábio superior e um ligeiro movimento da cabeça. Para o rei, ela ofereceu uma profunda e bem executada reverência. O rei não podia ver, é claro, mas V sabia que o irmão estava
ciente do gesto.
Wrath
puxou a rainha para cima e curvou-se para beijar os nós dos dedos suavemente.
IAm
massageava o parte de trás de seus .40 enquanto observava.
Wrath
riu enquanto pegava o cheiro de ligação do macho em guerra com o Chanel no ar.
“Paz,
meu amor. O rei está sendo gentil.” Ela murmurou para o homem, um leve
sorriso em sua voz. O rei mostrou suas presas no
iAm, mas recuou da Rainha das Sombras. Nem mesmo V iria de bom grado dar
um passo à frente do Sombra mesmo em uma luta equilibrada. "Eu tenho notícias Vishous, filho da Virgem Escriba." A
rainha anunciou sem preâmbulo. Maichen nunca reconheceria
Bloodletter. Sombras traçavam a linhagem pelo lado da mãe. Os Sombras eram uma sociedade matriarcal. As fêmeas dominavam o poleiro. Seus machos eram apenas decorativos, e mortais se a situação
exigisse isso.
"Perdoe-me
por não estar de pé." Ele teria ficado de pé, mas ele não queria acordar
suas gêmeas.
Ela
descartou a preocupação dele com uma gesto despreocupado da mão. “Não se ponha por minha conta. Eu vejo como você interage com seu rei. Eu não pediria nada mais
do que você dá a seu monarca.” O peito de iAm inchou, e com isso ela se sentou
no chão ao lado dele, em seu vestido branco imaculado, com todas as suas
preciosas jóias cintilando sob as luzes fluorescentes da clínica como se fosse
a coisa mais natural do mundo para uma rainha fazer. V teve que virar a cabeça e piscar novamente. "Eu tive nossos históricos familiares destrinchados para
procurar a família." Ela ofereceu-lhe um pequeno sorriso. "Parece que nós somos família."
Seus
olhos se voltaram para os dela, então ele olhou para iAm, depois de volta para
Maichen. "O que acabou de acontecer?"
“Aja,
seu nome humano, foi a filha mais nova do meu tio. Quando ela deixou o Território, seu nome foi queimado da árvore
genealógica, seus aposentos foram ritualisticamente limpos e todos os vestígios
dela foram apagados.” Sua voz ficou presa. "Mas seu mapa de
nascimento ainda estava na coleção real." Com uma mão gentil, ela estendeu
a mão e alisou o cabelo de Logan para trás de seu rosto. “Eu não presumo que eles vão querer viver no Território, lá a vida
é ainda bastante restritiva, mas como membros da família real elas são
bem-vindos para ir e vir quando quiserem. Eles têm outros membros da
família do lado do seu avô ainda deste lado do Fade, e ficaremos felizes em
assisti-las durante a transição.”
Vishous
deu-lhe um olhar duro. “Elas são minhas filhas. Eu cuidarei da transição delas.”
“Os
Sombras não fazem a transição como os vampiros fazem. Elas podem precisar da nossa ajuda.” Maichen franziu a testa para
ele.
"Eu
posso cuidar disso." V proferiu. iAm levantou de sua cadeira e
fixou Vishous com um olhar de ‘contenha-se filho da puta’.
"Essa
é uma oferta gentil, sua graça, que ficaríamos felizes em aceitar." A voz
de Zypher chamou do outro lado da sala. Ele poderia ser um bastardo,
mas sua mãe lhe transmitiu maneiras perfeitas e cavalheirescas. A cabeça de todo mundo virou ao som de sua voz. V tinha esquecido que ele estava lá.
"Você
não tem opinião, filho da mãe." V latiu.
"Elas
são minhas, o inferno que não." Zy respondeu se levantando da cama, um
grunhido passando em sua garganta.
V
mostrou suas presas, sibilando como uma cobra. iAm soltou o coldre de sua arma.
Maichen
levantou a mão e os dois combatentes se acalmaram. Ela ficou de pé em um movimento rápido. Ela apertou as mãos na frente de seu corpo e favoreceu, tanto a Vishous
quanto à Zypher, um sorriso destinado a crianças erradas apanhadas com as mãos
no pote de biscoitos. Com seu companheiro ao seu
lado, era um aviso aguçado.
“Sinto
muito, mas essas duas são minhas primas. Elas são parte Sombra e são
membros da família real. Minha família, e por enquanto
eu não quero demandar nada, mas irei, se isso significa que elas sobrevivam à
mudança. A transição delas poderá ser mais do que essa clínica é capaz de
manejar, e isso não é desconsiderar a boa doutora Jane, mas ela não presenciou
uma transição Sombra.” Ela fez uma pausa, endurecendo os olhos. “E indo mais ao ponto, meus gentis machos, nenhum de vocês tem uma
opinião sobre como suas vidas irão se desdobrar. Então, o que acontecerá quando elas acordarem, nós as
apresentaremos com os fatos e buscaremos seus conclusões e respostas sobre o
assunto. Depois disso, faremos planos.” Ela fez uma pausa, esperando que
eles falassem.
"Eu
não quis ser rude, sua graça." V começou a dizer.
“Então
não seja, babaca.” Wrath ofereceu V casualmente.
V
tragou de volta as palavras iradas que queria dar à rainha, depois contou até
dez muitas vezes em sua cabeça. Se ele falasse agora, podia
contar duas coisas acontecendo, iAm lhe daria um novo buraco respiratório em
algum lugar ao sul de seu nariz e, segundo, Wrath e companhia se recostariam e observariam.
Ele passou por vários cenários de combate e dispensou todos eles. Ele poderia dominar a iAm, ele nunca tinha visto a luta do macho, mas não havia nenhuma maneira de Wrath e Zypher deixarem ele fazer isso, e pior, Jane poderia esfaqueá-lo.
Ele passou por vários cenários de combate e dispensou todos eles. Ele poderia dominar a iAm, ele nunca tinha visto a luta do macho, mas não havia nenhuma maneira de Wrath e Zypher deixarem ele fazer isso, e pior, Jane poderia esfaqueá-lo.
"Obrigado."
Ele disse em um suspiro de respiração.
Maichen
sorriu para ele. "Não se preocupe com isso. iAm e eu estaremos em nossa cabine privada por alguns dias.” O
perfume de ligação de seu macho começou a brilhar. Maichen corou e limpou a garganta. "Você pode entrar em contato comigo em seu dispositivo
celular quando chegar a hora de falar com suas filhas." Com isso, a Rainha
das Sombras e seu consorte saíram da sala, deixando um leve cheiro doce para
trás.
"Agora
você sabe por que eles dizem que as mulheres são as mais mortíferas da
espécie." Jane acrescentou.
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