Art Nouveau, Moulin Rouge e algumas piras minhas | Redescobrindo

Fui procurar por Toulouse-Lautrec hoje (01/02/2k18). Me vi perdida entre litografias e o estilo Art Nouveau, que sempre me remeteu a delicadeza e nunca pensei que o estilo se encaixaria com prostitutas francesas.
Eu adoro Moulin Rouge, e sempre amei a representação do Toulouse nesse filme;
Comecei a pensar nele ontem e não parei mais. Ele está na minha cabeça com a história de um outro personagem. Mas claro que a visão dele vem da representação do musical, então comecei a pesquisar pra ver quem ele era de verdade. E o que ele falava realmente. Além do:

Christian, you may see me only as a drunken, vice-ridden gnome whose friends are just pimps and girls from the brothels. But I know about art and love, if only because I long for it with every fiber of my being. - Toulouse-Lautrec


Moulin Rouge foi um filme daqueles que se apresenta pra você e muda a sua vida, pra mim.
Eu passava muitas noites acordadas na época que foi lançado e já estava passando na TV quando eu vim assistir numa madrugada. Não terminei, tive que ir dormir. Um pouco depois eu reassisti com a ajuda do meu primeiro namorado, que gravou pra mim. Eu acho incrível que eu não tenha escrito sobre ele em lugar nenhum aqui nesse blog, já que definitivamente foi um dos musicais mais importantes da minha vida e sobre os quais eu escrevia com certa frequência em 2015.

A lista:

Les Misérables ★★★★★☆ 

Sweeney Todd ★★★★☆☆
Grease ★★★★☆☆

 Foi basicamente aquele que abriu as portas para outros musicais na minha vida e mostrou que medleys e músicas não autorais também compunham um belíssimo espetáculo.
Eu amo demais que todas as músicas são de algum artista que eu amo e respeito. Mas mais ainda o fato dele contar sobre pessoas reais e um momento real na história da arte, de uma maneira mágica e uma situação muito ruim como a prostituição consegue ter os ares de conto de fadas, e diferente de Pretty Woman, ela não romantiza, porque o final é como aquele que inevitavelmente acometia a maioria das pessoas da época. Morrer de doenças, quase viver seu sonho, mas esmaecer, embora a arte seja conservada.
E é nessas que eu me volto para o Toulouse Lautrec, que se apresenta no filme como a sabedoria, a verdade, "a liberdade, beleza, verdade e amor" como sua frase e vida se compõe.

Eu não lembro se eu já tinha conhecimento da história de sua morte precoce, mas me veio a mente quando começou a aparecer um personagem muito parecido na minha história (daquelas que nunca termina) e também por eu ter escutado falar sobre a doença dele assistindo "Outlander".
Também estudei o momento dele na última cadeira de história da arte que cursei no último semestre, então estava ouvindo tanto sobre ele que resolvi dar uma pesquisada.
A história me lembrou a de O libertino, que eu já devia ter feito resenha também, mas que eu vou falar mais um pouco depois.
 E também me lembrou a história lá de AHS (outra série de posts que eu não terminei nesse blog, argh) do Edward Murdrake. Vocês lembram de Freak Show? Então, eu não parei realmente de assistir AHS ainda, mas já podia..
Estudando um pouco do porque eu me sinto ainda hoje tão próxima das ideias de Toulouse eu me vi pesquisando e achando várias referências a ele na minha vida;

Ele era o Toulouse de os Aristogatas da minha infância (o gatinho pintor).
Pra quem não lembra, ele era o gatinho laranja que queria ser pintor.
E nada melhor do que alguém que ama a noite e os bordéis para retratá-lo

O criador do estilo que eu mais gosto atualmente (esses posteres que deram origem à Art Nouveau),

Recomendo o site, e o estudo da própria história da art nouveau

O estilo bem acabado mas que parece um esboço pintado de Lautrec me encanta

E o que dizer ainda da mistura das pinturas com Gifs?!

Dois nomes que passaram muito na minha vida. E não obstante a história da Jane Avril também me é familiar e me encanta a figura nostálgica de algo que eu não vivi, mas que ele viveu.


O pitoresco bairro era ainda quase rural, com granjas, moinhos, plantações de uvas, circos, cafés e cabarés baratos. Seus quadros dessa época constituem um depoimento da cruel condição em que viviam as dançarinas, os palhaços, os gigolôs, as garçonetes e as prostitutas. Mas nunca foi um crítico moralizante. Não julgava nem condenava; apenas mergulhava no universo das personagens. [...] Toulouse-Lautrec, então com 27 anos, contou nos cartazes a vida parisiense, tornando-se um cronista de sua época. Foi também o primeiro designer moderno, notando que as pessoas não tinham tempo para ler muita informação nas capas de revista, nos livros, cartazes, suplementos literários e programas de teatro. Neles, exprimia o máximo da vitalidade com um mínimo de linhas e cores. Gigante Toulouse-Lautrec

Em diversos momentos fiquei tentando achar o que eu assemelhava a ideia de Moulin Rouge à minha cidade, e aparentemente não fui a única (estudo sobre a "Montmartre brasileira"), mas as minhas razões possam ser muito da imagem idealizada e romântica que eu tenha das duas cidades. Decerto Montmartre aparece em sua glória estonteante apenas no imaginário dos que assistem hoje ao filme coloridíssimo.
Le Moulin Rouge
Duvido um pouco das cores, que na minha cidade são verdadeiras e compõem uma verdadeira sinfonia visual, mas que em uma Paris recém iluminada pela energia elétrica, parece surreal a ideia de que ela poderia ser tão exuberante quanto Olinda, que mesmo à noite consegue mostrar seu brilho e cor.
É bem mais a parte das ruelas esquisitas, fora da parte que ferve em Olinda. As partes frias.

Parte do filme Lautrec (1998)
Então é isso. Redescobrindo sempre uma pessoa que já fazia parte do meu repertório, mas que ainda assim é bom voltar a pesquisar sobre.

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