Capítulo 9 - As Gêmeas | BDB
Capítulo 9
Zypher
deixou seu líder e sua criança sentados em seu quarto. Xcor estava arrulhando e cantando para o bebê adormecido e Zypher
não tinha certeza se ele poderia aguentar mais o gorjeio de Xcor. O macho tinha o talento musical de um granito, e a pobre Lyric não
era fofa o suficiente para encobrir o canto ruim do pai. Ele fechou a porta suavemente.
Ele
desceu as escadas procurando uma distração. Numa casa tão grande, com tantas pessoas deveria haver algo para
ocupar sua mente. Todos estavam na residência e não tinha ninguém se recuperando. Bem, exceto pelo dono do clube Sombra, mas Zypher nunca o encontrou.
Ele
precisava de algo para impedi-lo de caçar suas fêmeas. Ele não tinha certeza do que Xcor queria dizer com merecê-las, mas
imaginou que não seria irromper em seu quarto e marcar seu amor eterno nelas. Ele sabia que não seria um ótimo primeiro passo.
Os
doggens estavam agitados entre a limpeza de um quarto ou outro e arrumar a sala
de jantar para a Primeira Refeição. O estômago de Zy resmungou em
resposta. Ele não comeu antes de sair na noite passada para fazer sexo com a
prostituta. Então ele ia botar pra dentro em um bom prato de panquecas e
salsichas. Ele não tinha certeza qual doggen fazia essas coisas celestiais,
mas se ele descobrisse, ele receberia um presente muito especial de solstício
de inverno dele.
Vários
aspiradores de pó estavam zunindo em volta da casa. Os doggens amavam as coisas malditas. Zypher não gostava muito de nada que se ligasse a uma tomada e
fizesse tal barulho. Não era natural. O cheiro forte de limpador de limão fez cócegas em seu nariz.
Por
todas as coisas que lhe haviam sido dadas desde a casa do rei, ele ainda sentia
falta dos velhos costumes do Antigo País. Ele sentia falta da cerveja
preta; lajes de pedra do tamanho do seu castelo roubado. Ele sentia falta de acordar com o cheiro da terra em suas narinas. Ele sentia falta de sujeira sob as unhas. Ele se viu suspirando; ele sentia falta de muitas
coisas.
O
estalo de bolas de sinuca o tirou de seu devaneio e do buraco negro que ele
estava à beira de desmoronar. Ele girou nos calcanhares e se
dirigiu para a sala de jogos. Butch e Blay se apoiavam em
seus os tacos quando Beth se inclinou sobre a mesa de bilhar para acertar um
tiro. Seu irmão assistia com um sorriso de conhecimento em seus lábios
silenciosos. Bitty estava em sua cadeira favorita da sala segurando LW, enquanto
Nalla dançava ao redor da cadeira como uma pequena selvagem em uma melodia que
só as crianças podiam ouvir. LW deu uma risadinha para suas
brincadeiras e fez garrinhas frenéticas para a bebê. Bitty segurou o jovem com seus braços pequenos e finos.
Lassiter
e Syn ocuparam o sofá em frente à TV. Embora a TV estivesse tocando
ao fundo, nenhum deles prestava atenção a ela. Eles se sentaram de frente um para o outro, Lassiter com uma
camiseta preta com a língua KISS feita em glitter rosa, Syn em uma simples camiseta
Hanes branca. Nenhum dos dois falava. O que quer que estivesse
acontecendo entre os dois, Zypher não queria fazer parte disso. Syn era seu irmão e ele daria a vida por ele em um instante, mas
isso não significava que ele queria entrar nos assuntos na massa cinzenta do
macho. O macho ganhou seu homônimo bom e adequado, nada de bom viria de
Zypher tentando entrar no meio do confronto entre santo e pecador.
Havia
alguns buracos negros que você não queria engatinhar, e se fosse acreditar na
fofoca de Vishous, Lassiter poderia ser um anjo, mas havia uma razão pela qual
seu traseiro não estava com o Criador. O anjo tinha seu próprio buraco
negro de arrependimento.
"Você
sabe que é errado roubar dos pobres." Butch reclamou quando Beth sorriu e
se abanou com o dinheiro deles.
"Não
é roubar se você é péssimo na sinuca." Beth virou seu dinheiro para abanar
os perdedores com suas próprias contas perdidas. "Além de que, eu chutar sua bunda na sinuca mantém você
humilde."
Butch
parecia magoado. "Ei. Eu sou humilde pra caralho.” A
cabeça de todo mundo se virou e deu a ele um olhar . "Ah, merda. Porcaria. Sinto muito.” O Irmão
ficou vermelho e bateu a mão na boca.
"Merda".
Nalla soltou com uma louca risada. Todos se viraram para olhar a
criança. Ela dançou outra musiquinha, cravou seu ursinho de pelúcia no
tapete com um grito de guerra alegre. Agora isso ia colocar alguém em
apuros.
"Agora
olhe o que você fez." Blay sorriu. Nalla aplaudiu e repetiu sua
nova palavra algumas vezes, parecendo gostar da sensação da boca da palavra. "Quão rápido você pode correr?"
Butch
olhou para ele. "Por quê?"
"Bem,
você acabou de ensinar a Nalla uma palavra muito malcriada, e seu pai não é do
tipo que perdoa." O ruivo reiniciou a mesa de bilhar com calma.
“Z
não me machucaria. Eu sou um Irmão.” Butch não parecia muito convencido enquanto
falava.
"Sim,
mas Bella ainda pode chutar sua bunda." Beth sorriu.
"Você
acabou de dizer bunda." O irmão chorou.
“Eu
sou a rainha.” Beth animou Butch brincando. "Sou permitida algumas concessões." Ela pegou seu filho dos
braços de Bitty e fez cócegas em sua barriga. O bebê riu enquanto encolhia nos braços de sua mahmen. “Boa sorte com Bella.” Ela falou enquanto dançava para fora da
sala de jogos.
“Boa
sorte com o quê?” A mahmen em questão entrou na sala de jogos com um estojo de
papéis em seus braços.
"Eu
estou fora." Blay quase colocou o piso de madeira e seu melhor amigo John
Matthew em chamas em sua pressa. O guerreiro mudo foi bem atrás
dele.
“O
que está acontecendo?” Ela olhou de Bitty e Nalla para Butch e Zy.
"Merda,
mahmen, merda." Nalla explicou calmamente.
Zypher
conseguiu se retirar antes que as garras saíssem. Uma risada retumbou em seu peito quando Bella começou a gritar com
Butch.
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Vishous
não sabia por que diabos ele dizia isso, mas era tarde demais para voltar
atrás. Eles provavelmente haviam dado um beijo de
adeus ao ‘manual de comportamento apropriado de colegas de casa’ antes do banho
nu.
"Eu
pensei que você fosse um semideus." Trez sorriu, sua enxaqueca momentaneamente
desaparecendo para segundo plano.
"Eu
posso ser pecador e santo, dependendo da situação." Vishous deixou seus
braços soltos ao seu lado, observando Trez enquanto Trez o observava. Ele se perguntou se Trez já estivera com um macho antes. Certamente ele esteve com humanas. Seu currículo sexual era tão longo quanto tão
prolífico quanto o de Rhage.
O
peito de V bombeou para dentro e para fora, com força, o ar espesso fluindo
para dentro de seus pulmões, limpando apenas um pouco de sua maldade. Foi bom, isso foi bom. Ele estava sentindo algo. Isso foi bom né?
Certo?
Do
outro lado do azulejo, ele podia sentir cada batida do coração de Trez. O duplo Tum, tum fez o próprio pulso acelerar e suas presas
alongarem. A doce ferroada o deixou duro como
uma barra de ferro. Ele sentiu aquela dor familiar em suas bolas e maldito seja, mas
ele queria sentir Trez contra seu peito e segurar em sua garganta com a mão
enluvada. Ele não dava nem aí se o Sombra
ainda estivesse a 8 horas de distância de estar recuperado. Ele queria entrar nele e ele queria ele entrar nele impiedosamente.
Ele
soube exatamente quando Trez percebeu o que estava acontecendo.
Os
olhos de Trez ficaram luminosos na neblina que se dissipava, suas próprias
presas se estendendo. Puta
que pariu. Puta, foda-se que minha mãe era a
Virgem Escriba, que me pariu. V não estava prestes a levar um tiro por dar em cima de Trez, e
Trez não estava fugindo também. Bem, em sua condição, ele não iria muito longe, mas se quisesse,
ele teria se esquivado.
Nunca,
jamais, V tinha dado em cima de algum de seus Irmãos, não porque ele não
estivesse tentado, veja bem. Ele tinha visto Phury nu o
suficiente para apreciar que o macho tinha sua beleza, e até mesmo Rhage ele
deu uma segunda olhada. Bem, antes que ele abrisse a boca e fizesse você querer enfiar seu
punho na garganta dele. Butch foi o mais longe que ele já tentou ir com outro macho que
ele não estava dominando.
Mas
isso aqui, esse era território virgem. Por assim dizer.
Nenhum
deles se mexeu.
V
não tinha ideia se Trez queria o que V gostaria de lhe dar, mas Vishous era
bastardo o suficiente para se aproveitar do Sombra no seu estado. Sim, ele sabia que Trez ainda estava de luto, mas ele ainda estava
sentado na beira da banheira, olhando para V como se quisesse devorá-lo a partir
de seu pênis e V estava mais do que disposto a ajudá-lo.
Mas
ele era um bastardo suficiente para trair Jane?
Isso
seria cruzar uma linha, uma linha bem definida na areia. Uma coisa era não ter feito sexo com ela em semanas e não se
importar muito, mas era outra foder outro membro da mesma casa; um membro da casa que ela iria encontrar em
uma e outra vez. V estava dançando ao redor dessa merda por tanto tempo que ele
estava cansado disso e só queria ceder, mas Jane merecia isso?
Sendo
honesto consigo mesmo, ele sabia que a resposta era não. Jane não fez nada para merecer isso. Ela tinha sido tão boa companheira quanto era
capaz de ser para um macho como ele. Ele caiu de costas contra o balcão. Ele não podia fazer isso com ela.
"Nós
dois queremos isso." Trez finalmente falou, sua voz grossa. "Mas quando isso acontecer, tem que ser certo." Ele
pegou a toalha das mãos dormentes de Vishous. "Para nós dois." Ele lutou para
ficar de pé, usando a parede de vidro do chuveiro como apoio. "Vá encontrar sua fêmea e tente consertar
isso." Com esforço ele enxotou V do banheiro, embora o irmão pudesse ver
que ele estava se forçando. “E vai encontrar suas filhas e consertar isso também. Eu estarei aqui.” Ele passou a toalha sobre o
corpo, enxugando a maior parte da água, mas não toda. Ele caiu de bruços na cama e gemeu.
Vishous
jogou o edredom da cama e puxou o lençol para cima da bunda do Sombra, por cima
das costas até os ombros. "Vou mandar alguém com
algumas Cocas e biscoitos."
Ele
ouviu o obrigado abafado quando ele fechou a porta suavemente.
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