Capítulo 6 - As Gêmeas | BDB

Capítulo 6



Trez gemeu no escuro enquanto tentava se virar de costas. Ele não sabia que horas eram. Ele quase chorou quando as persianas sobre as janelas abaixaram para o dia. Eles tinham um sussurro de ruído, mas até mesmo aquele som suave era suficiente para enviar pontadas de dor através de seu cérebro. Sua enxaqueca ainda estava rasgando sua área cinzenta com uma vingança raivosa sem fim à vista. Agradeça a todas as divindades da agenda telefônica que a casa estava em silêncio.
Não era possível uma casa com quase 100 pessoas ficar quieta a qualquer hora do dia ou da noite, e ele nunca esperava que isso acontecesse, mas era bom quando o milagre acontecia. Suas enxaquecas estavam se tornando mais frequentes e ele temia que fosse um sinal para algo mais sinistro acontecendo em seu corpo. Ele podia contar com uma por mês se estivesse realmente estressado, mas agora ele estava percebendo uma por semana e isso era inaceitável.
Ele rolou e vomitou no balde industrial que Fritz foi tão gentil de manter à mão quando o dragão da enxaqueca atacou. Ele não sabia o que mais ele tinha no estômago para vomitar, mas seu esôfago continuava subindo para a ocasião. Ele estremeceu e gentilmente puxou suas cobertas até o queixo. Seu corpo estava em chamas, mas o quarto estava tão frio quanto um maldito frigorífico.
Pelo menos o caleidoscópio de cores neon pararam.
 Ele ainda podia estar nas garras de seu monstro, mas estava descendo. Ele imaginou que ele tinha talvez mais 8 horas antes do mundo entrar nos eixos novamente. Sua boca parecia nojenta e áspera. Ele mastigaria o próprio braço para uma pasta de dentes e umas escovadas. Talvez alguém se apiedasse dele e o banhasse em Listerine.
Houve uma batida leve na porta, mas poderia muito bem ter sido o Hulk tentando passar. A dor do som entrou em seu lobo frontal e ele vomitou novamente.
"Entre", ele murmurou, esperando que fosse um caminhante enviado pelo Fade para escoltá-lo de suas correntes mortais. Houve um tipo de luz em seu peito; o leve traço de tabaco turco dissipou essa esperança.
"Merda, eu pensei que você já estaria melhor agora." V disse suavemente quando ele apagou a luz do corredor rapidamente.
Trez afundou nos travesseiros, sua condição estava escrita em todo o seu rosto, e além disso ele estava cansado demais para falar com V agora.
"Eu só queria agradecer a você por trazê-las para casa."
Trez franziu a testa e imediatamente se arrependeu do movimento. "Quem?"

V plantou sua grande estrutura em uma das poltronas rococó amarelas empoeiradas, junto às janelas fechadas. "Minhas gêmeas. As garotas com quem você caiu do céu. Elas são minhas."
Tudo lentamente voltou para Trez, pelo que ele estava agradecido. Ele assentiu devagar. "Difícil de perder a semelhança da família, true." Ele jogou fora a palavra favorita de V. Bem engraçada, tinha múltiplos significados que Trez achava adequados a uma infinidade de situações."Elas devem se parecer com  mãe, apesar disso." V e Payne não eram feios ou qualquer coisa. Payne tinha aquela espécie de Ball crusher*, ele adoraria vê-la e Xhex num mano a mano, e ele não estava sozinho nisso, mas as fêmeas ficavam longe uma da outra no ringue de boxe. E V tinha aquele apelo assassino em série vindo dele, mas ele e a irmã eram todo músculos e linhas duras. As gêmeas de V eram negras, delicadas e fofas. Mulheres bem pequenininhas. Ele não achava que elas chegariam até sua cintura se estivessem todos na vertical.
"Eu acho que ‘the force’ é forte na minha família."
"Então isso faz sua mãe ou seu pai Darth Vader?" As presas de Trez brilharam na escuridão.
V riu, sacudindo seu isqueiro de ouro abrindo e fechando. "Meu pai teria tido bolas de Vader em um chaveiro, e ele o agradeceria pelo prazer." Trez riu, em seguida, chorou de dor quando o filho da puta de picos de dor esfaqueou através de sua cabeça.
Vishous estava ao seu lado num piscar de olhos. "Merda Trez." Sua mão sem luva foi para a testa do macho e saiu escorregadia. "Caralho Trez, como você ainda está respirando?" Ele afastou o edredom do corpo de Trez. Ele veio encharcado de suor. "Maldição Trez." Ele tirou a coisa encharcada, jogando-a no chão. Trez ainda estava em seu terno, que ele não reconhecia. Em seu estado atual, o pano de chão caro estava aderindo a ele como supercola. Vishous agarrou o macho por sua barriga e o içou da cama. “Temos que tirar você dessas roupas molhadas e te limpar. Você está com febre, e eu tenho muitas outras merdas para lidar sem que seu irmão arrase toda a maldita casa porque nós deixamos você morrer. Vamos lá.” O Irmão levantou Trez, que não tinha como estar em condições de ajudar, e empurrou-o no banheiro. Graças à Virgem Escriba ele não acendeu as luzes. Ele ligou o chuveiro, verificando a temperatura e a pressão da água a cada poucos segundos. "Você pode entrar lá sozinho?"
"Não." Trez grasnou.

“Bela merda. Você quer que eu chame Ehlena?” A fêmea faria aquilo e não pensaria nada sobre, mas aquele macho dela poderia ter um problema se soubesse que sua companheira tinha visto um de seus melhores amigos nu como um pássaro.
“Foda-se V, apenas entre comigo. Eu não me importo.” E novamente ele vomitou no chão, Vishous mal o pegou antes de plantar seu rosto em seu próprio vomito. Ele puxou uma adaga do coldre de seu peito e cortou o terno de 4.000 dólares de Trez como se fosse uma pele de Redutor.
"Butch me ajudou a escolher esse." Trez gemeu baixinho. 
“Bem, você pode deixar que ele escolha outro para você. Ele vive pra essa merda.” O Irmão grunhiu e levou alguns minutos para ficar nu. A porra das calças de couro que todos os Irmãos preferiam não deixava espaço para roupas íntimas.
"Você vai ter que dizer a ele o que aconteceu com este." Ele riu quando Vishous visivelmente empalideceu.
V finalmente assentiu. "Cuzão." Trez não tinha intenção de olhar quando ele foi empurrado sob a ducha, só que era uma luta manter a cabeça erguida, e ele simplesmente olhara para baixo, mas Vishous tinha um corpo magnífico. O macho estava envolto em cordões de músculo e pele firme e sem pêlos. Trez nunca entendeu isso sobre vampiros. A coisa de ser sem pelos; sim, era sexy em Selene, mas ele não se importava com isso nas humanas com quem ele tinha estado. Ele realmente gostava de um arbustinho legal. Era erótico pra caralho. Seus olhos não se demoraram na castração parcial, mas seu sangue aqueceu quando ele pensou no pai de V ordenando a ação feita. Se Payne não tivesse matado seu pai, Trez teria se oferecido para o trabalho. Ele sabia o que pais com uma mente fodida podiam fazer com você, mas tentar castrar seu filho estava além do limite. Ele não culpou V por uma porra que ele fez em sua vida. Seus pais ganharam a medalha de ouro na categoria 'Como foder seu filho e influenciar pessoas'.
V entrou no chuveiro e fechou a porta.
Trez estremeceu quando a água escorreu pela sua estrutura, a sensação deixando arrepios em todo o seu corpo. Sentiu tão fodidamente bem que ele queria chorar, mas ele conseguiu se manter firme. Vishous já estava recebendo uma visão de sua bunda nua; ele não precisava vê-lo chorando. Ele jogou a mão para se firmar.
"Merda". V pegou-o no meio puxando-o próximo, mantendo Trez firme com seu próprio corpo. "Obrigado." Ele murmurou. Trez virou o rosto para a ducha suavemente. V foi rápido com a rotina de sabão e pano, tomando cuidado para não dar a suas partes intimas mais do que uma passada rápida, enquanto conseguia fazer com que seus soldados ficassem completamente limpos no processo.
Trez, claro, sabia sobre as inclinações de V. Merda, todo mundo na casa sabia. Rhage e Butch eram os maiores fofoqueiros e amavam nada mais do que ser o centro de informações para qualquer um que pudesse aguentar suas merdas por mais de 10 minutos. Apesar de que, pra ser justo, Trez teve algumas das conquistas de Vishous. Ele geralmente não era interessado em vampiros, mas algumas fêmeas valeram a pena. V tinha muito bom gosto, mesmo se ele acreditasse em tudo que Rhage disse a ele, que V nem sabia como elas se pareciam. Ele as mantinha mascaradas, o que é uma pena. Trez teve que admitir que ele podia ver o apelo do bdsm. O poder de brincar entre as pessoas em vida era fascinante. As coisas que as pessoas faziam para obter uma pequena medida de poder, inferno, ele trabalhou com Rhev por tempo suficiente para frustrar algumas tentativas na vida do macho. Ele sabia que pessoas matavam por poder. Ele só podia imaginar o jogo de poder durante o sexo. Especialmente com V, aparentemente ele quase causou o colapso da multidão de calabouços em Nova York quando ele passou a ter uma shellan.
Por um momento, apenas um momento, ele esqueceu onde estava e recostou-se contra o peito de V; ciente do batimento cardíaco do macho pulando várias batidas, mas V continuou massageando suavemente o xampu em seu cabelo curto. Foi um gesto reconfortante que apenas a iAm já tivera paciência para fazer por Trez.
Ele ainda sentia falta de Selene como um incêndio consumindo tudo em seu caminho, mas era bom apenas ser abraçado. Todos na casa ainda andavam na ponta dos pés em cascas de ovo em volta dele. Era bom que eles soubessem que ele ainda estava de luto e não pressionavam-no a seguir em frente, mas também mantinha todos à distância. Todos eles ainda tinham seus companheiros, suas crianças, eles estavam felizes e tão fodidamente gratos que não eram eles uivando para a lua enquanto assistiam seu companheiro virar cinza. Não que Trez fosse uma Cathy tagarela sentada no teatro conversando com Lassiter ou fazendo compras de sapatos com Phury, Butch e Saxton. Ele fez isso uma vez. Depois da oitava hora e uma viagem importuna a Paris, ele estava pronto para esfaquear todos eles no olho esquerdo e roer seus tecidos moles.
Vishous era um irmão frio e calculista. Ele analisava você como se você fosse uma peça de hardware e quando ele queria algo de você, ele queria algo de você, e quando ele não queria, ele não se importava com você.
Agora ele era a âncora de Trez. A única pessoa na casa que não queria nada dele. Ele não queria garantias de que Trez ainda estava bem da cabeça, ele não queria ver Trez para Primeira ou Última refeição, ele não queria a folha de pagamento ou a ordem de bebidas. Ele não queria que ele maltratasse um João ninguém que tivesse postos as mãos em uma de suas garotas. Ele não queria promessas que Trez ficaria deste lado do Fade.
Trez não tinha certeza se era apenas uma falta geral de empatia por parte de Vishous ou se o irmão simplesmente não sabia como se importar.
A água se desligou. Os olhos de Trez piscaram abertos. O banheiro estava mergulhado em uma névoa pesada e quente. V cuidadosamente manobrou os dois para fora do chuveiro sem que nenhum dos dois acabasse de bunda no chão.
Ele depositou Trez na beira da banheira e pegou uma toalha grossa. "Você consegue fazer isso sem desmaiar ou vomitar?" Ele perguntou, sua voz grossa com algo que Trez não identificou.
"Eu deveria dizer sim, certo?" Trez perguntou.
Vishous deu de ombros, seus ombros rolando em juntas lubrificadas. "Por quê?"
“Porque acabamos de sair do banho que tomamos juntos e você me enxugando pode estar cruzando uma linha ou alguma merda.” O calor estava fazendo sua cabeça latejar com cada batida de seu coração. Ele não tinha certeza de quanto tempo mais poderia ficar na vertical.
V mostrou as presas. Eles estavam batendo em seu lábio inferior agora, suas pontas brilhando através da névoa. "Acho que não consigo manter tudo isso clínico?" O aviso de tatuagem em sua têmpora começando a brilhar. "Tem escutado Rhage, não tem?" O Irmão cruzou os braços sobre o peito e recostou-se contra o box do chuveiro.
Trez tentou manter os olhos longe da área privada do vampiro, mas foi difícil com ele encostado no vidro e Trez bem na altura do pênis, sentado na beira da banheira. Mais tarde, ele se perguntaria em que diabos ele estava pensando quando abriu a boca para responder à pergunta de V.
"Como você sabe que eu estou preocupado é com você?" Ele disse antes que seu cérebro terminasse de processar o que ele queria que sua boca dissesse.
O sorriso desapareceu do rosto de Vishous, a névoa cobrindo com algo que Trez definitivamente poderia identificar.
“Cuidado, Sombra. Você sabe o que eles dizem quando você dança com o diabo sob o pálido luar.”





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Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5

































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