O apego ao passado

Eu estava viajando em apagar meus tweets antigos esses dias.
Percebi que eu mudo de ideia toda hora e que é impossível
não ser atingida por merdas que você fala na hora da raiva, às três da manhã,
 depois de ver mil outras merdas de outras pessoas na internet.
Eu já xinguei sem nem perceber.
Mas a questão é: EU FALEI.

E eu não quero ficar me arrependendo de ter respondido alguém
na hora da raiva por medo de ser contraditória em algum momento futuro.
E eu amo que eu tenha falado. Ou pensado. E repensado.
E me arrependido, mas continuado com o mesmo pensamento original.
Sei lá. Eu sou teimosa. Eu não quero não ter pensado.
Eu não quero só concordar. EU QUERO ME IMPOR.

O que talvez seja errado, mas que seja.
Hoje eu não consigo deletar todos os meus tweets.
Eu não consigo talvez por eu não ser ninguém, ninguém vai me ver.
Mas em algum momento alguém vai (se deusa quiser),
eu tenho certeza que eu vou me arrepender.
Eu sempre me arrependo. EU QUERO PODER LEMBRAR.

Que eu posso ser irritante e falar merda.
Que essa sou eu e a minha cabeça é uma bagunça.
Que eu sou uma chata e eu irrito a timeline dos outros.
Que eu sou essa pessoa aí que não consegue desapegar dos próprios tweets.