Vamos começar a falar sobre yaoi?
Eu fiquei muito agoniada esses dias tentando fazer resenha das coisas que eu gosto mas que se são explicadas, não dão uma impressão muito boa.
A questão é que gostar de mangás é algo que eu me divido em duas percepções:
1) é inacreditável como o ser humano consegue fazer a vida algo muito mais bonita em desenho
2) é inacreditável como o ser humano consegue fazer a vida algo mais degradante em desenho
É inegável que quando você lê não é tão chocante quanto quando você ver graficamente ilustrado. Também o é que eles (artistas de mangás) exageram num nível pesado todo tipo de desconforto, e também prazer que a mente consegue processar.
Por que isso? Porque eu amo histórias complexas. Eu gosto quando ela pega algo que me faz sofrer e leva isso a uma potência quase insuportável. Eu amo dramas. Daqueles que te fazem se agoniar pelo personagem, sentir o que ele sente. E quando ele faz com que você se apaixone pelos personagens mais odiáveis, então?! Eu bato palmas pro escritor e artista.
E eu sou fã de yaoi.
Yaoi é um gênero normalmente escrito por mulheres para mulheres, sobre homens que gostam (em tese) de outros homens. Eu não sei onde começou isso na minha vida, gostar desse gênero específico, qual personagens conseguiram me fazer conectar de verdade com esse universo. Mas eu lembro que eu tive muita resistência. Alguns não me entravam, e também porque as situações dos personagens e escolhas de tipo físico/ idade são extremamente questionáveis.
Mas a verdade é que eu vejo uma profundidade de personalidade dos personagens que eu não vejo ou sinto em outras obras. E por incrível que pareça, até capítulos soltos (os mangás antológicos), conseguem prender mais a atenção do que os dramas heteronormativos.
* Eu nunca cheguei a ler um mangá yuri dramático, então não posso falar muito, mas também não é de fácil acesso uma série longa desse gênero.
A minha vontade irresistível de falar sobre yaoi foi sobre uma autora específica. Harada é uma artista incrível, e que pretendo falar mais dela num futuro próximo. Só um pequeno problema afasta essa artista de um sucesso mainstream. Ela escreve histórias muito doentias.
Não só doentias, elas são apaixonantes. Não sei dizer se é o traço ou a complexidade das relações afetivas abusivas que mais me atraem, porque mesmo os diálogos dão conta de te fazer perceber o quanto que tem coisa errada ali. Não é um mangá pra gente nova, ainda inocente. É pra quem já tem um senso crítico muito apurado pra entender de que é uma obra de ficção; não que não existam muitas semelhanças com casos reais, mas é que se você ficar pensando muito nesses casos você só vai passar a vida sofrendo com isso.
E pior, sofrendo com o fato de você gostar disso como entretenimento.
Por isso não é indicada pra qualquer um. É pra quem tem estômago.
Eu tinha até desistido de tentar fazer um post sobre os mangás da Harada, de tanto que a minha dado nó tentando explicar o que me enoja e o que me agrada nos desenhos. Mas aí veio outra lapada da minha cara; se chama Killing Stalking.
Não dou muito valor pra arte coreana, o estilo deles não me agrada. Mas esse é diferente. Esse é bem melhor produzido, a pintura dos scans não é aquela coisa sem sombra, com uma cor só que tanto me incomoda, e os rostos todos parecem ser com o mesmo modelo... enfim. Esse é melhor.
E a história é de fazer o cérebro implodir.
Então eu simplesmente não posso deixar de falar dessas séries só porque é desconfortável pra mim descobrir e admitir o que eu gosto. Porque eu amo de verdade. Essas histórias fazem parte do que eu sou, como eu encaro a vida, e cavar pra descobrir porque eu as amo tanto também é um processo de autoconhecimento que eu me proponho a escrever sobre.
Então é isso. Espero conseguir me expressar sobre esses BL's/yaois do jeito que eles merecem. Mais do que histórias para entretenimento, elas tem uma linguagem única para conseguir nos fazer sentir diversos estados mentais. É arte de uma maneira que própria "arte" não consegue nos conectar.
Eu gostaria de falar mais sobre isso.
E sim, algumas - pra não dizer muitas, a maioria, talvez todas - as postagens que se seguirem sobre o tema serão classificadas como +18/nsfw porque é, é disso também que se trata a minha não liberdade de escrever mais sobre o gênero.
A questão é que gostar de mangás é algo que eu me divido em duas percepções:
1) é inacreditável como o ser humano consegue fazer a vida algo muito mais bonita em desenho
2) é inacreditável como o ser humano consegue fazer a vida algo mais degradante em desenho
É inegável que quando você lê não é tão chocante quanto quando você ver graficamente ilustrado. Também o é que eles (artistas de mangás) exageram num nível pesado todo tipo de desconforto, e também prazer que a mente consegue processar.
Por que isso? Porque eu amo histórias complexas. Eu gosto quando ela pega algo que me faz sofrer e leva isso a uma potência quase insuportável. Eu amo dramas. Daqueles que te fazem se agoniar pelo personagem, sentir o que ele sente. E quando ele faz com que você se apaixone pelos personagens mais odiáveis, então?! Eu bato palmas pro escritor e artista.
E eu sou fã de yaoi.
Yaoi é um gênero normalmente escrito por mulheres para mulheres, sobre homens que gostam (em tese) de outros homens. Eu não sei onde começou isso na minha vida, gostar desse gênero específico, qual personagens conseguiram me fazer conectar de verdade com esse universo. Mas eu lembro que eu tive muita resistência. Alguns não me entravam, e também porque as situações dos personagens e escolhas de tipo físico/ idade são extremamente questionáveis.
Mas a verdade é que eu vejo uma profundidade de personalidade dos personagens que eu não vejo ou sinto em outras obras. E por incrível que pareça, até capítulos soltos (os mangás antológicos), conseguem prender mais a atenção do que os dramas heteronormativos.
* Eu nunca cheguei a ler um mangá yuri dramático, então não posso falar muito, mas também não é de fácil acesso uma série longa desse gênero.
A minha vontade irresistível de falar sobre yaoi foi sobre uma autora específica. Harada é uma artista incrível, e que pretendo falar mais dela num futuro próximo. Só um pequeno problema afasta essa artista de um sucesso mainstream. Ela escreve histórias muito doentias.
Não só doentias, elas são apaixonantes. Não sei dizer se é o traço ou a complexidade das relações afetivas abusivas que mais me atraem, porque mesmo os diálogos dão conta de te fazer perceber o quanto que tem coisa errada ali. Não é um mangá pra gente nova, ainda inocente. É pra quem já tem um senso crítico muito apurado pra entender de que é uma obra de ficção; não que não existam muitas semelhanças com casos reais, mas é que se você ficar pensando muito nesses casos você só vai passar a vida sofrendo com isso.
E pior, sofrendo com o fato de você gostar disso como entretenimento.
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| cry in yaoi language |
Eu tinha até desistido de tentar fazer um post sobre os mangás da Harada, de tanto que a minha dado nó tentando explicar o que me enoja e o que me agrada nos desenhos. Mas aí veio outra lapada da minha cara; se chama Killing Stalking.
Não dou muito valor pra arte coreana, o estilo deles não me agrada. Mas esse é diferente. Esse é bem melhor produzido, a pintura dos scans não é aquela coisa sem sombra, com uma cor só que tanto me incomoda, e os rostos todos parecem ser com o mesmo modelo... enfim. Esse é melhor.
E a história é de fazer o cérebro implodir.
Então eu simplesmente não posso deixar de falar dessas séries só porque é desconfortável pra mim descobrir e admitir o que eu gosto. Porque eu amo de verdade. Essas histórias fazem parte do que eu sou, como eu encaro a vida, e cavar pra descobrir porque eu as amo tanto também é um processo de autoconhecimento que eu me proponho a escrever sobre.
Então é isso. Espero conseguir me expressar sobre esses BL's/yaois do jeito que eles merecem. Mais do que histórias para entretenimento, elas tem uma linguagem única para conseguir nos fazer sentir diversos estados mentais. É arte de uma maneira que própria "arte" não consegue nos conectar.
Eu gostaria de falar mais sobre isso.
E sim, algumas - pra não dizer muitas, a maioria, talvez todas - as postagens que se seguirem sobre o tema serão classificadas como +18/nsfw porque é, é disso também que se trata a minha não liberdade de escrever mais sobre o gênero.
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