O argumento

Me impus a meta de escrever os argumentos para os romances que eu gostaria de escrever. Problema um, eu até escrevi o porquê de querer escrevê-los. Fiz uma sinopse interessante sobre o segundo e uma ideia está realmente começando a se formar. Ainda que eu soubesse o que irei escrever exatamente, eu não cheguei à conclusão que eu não sabia como formular o tal "argumento", e, nessa altura fui procurar qual o melhor método de se escrever um. Estou assim esses dias, tudo tem que ter uma técnica. Não consigo mais simplesmente escrever e ponto, como faço aqui nesse blog. Aliás, até nisso modifiquei, passei a usar um programa que me faz escrever com o mínimo de erros. Language Tool. É um saco às vezes, mas está servindo muito bem.

 Quanto à técnica, vamos pensar no que eu escrevi:

"Um par de anos atrás, nesse mesmo mês, eu estava no meio de um surto. E desse momento de clareza e confusão, eu decidi que faria esse apanhado de experiência sobre a relação com as minhas avós e a vida delas, suas memórias e as minhas sobre as histórias delas.

Seria o TCC que quis muito realizar. Hoje, o TCC ainda está no processo de “Se fazendo”, perigando não ser finalizado a tempo (eu não sei qual seria o prazo, ainda mais que a última conversa de mediação se deu pouco antes de uma pandemia mundial). Devo completar que seria uma finalização do curso de artes e que o formato da ideia foi mudando ao longo do tempo. Ia ser uma espécie de curta primeiramente, depois passou a ser pintura, pintura a óleo, pintura digital e agora eu estou mergulhada na ideia de fazer um romance. Já que o atual momento me fez aproximar-me fisicamente de uma e distanciar-me da outra, e eu tenho visto tantos casos de morte de avós ao mesmo tempo em que há, a olhos vistos, um total descaso com a vida dos nossos queridos idosos, estou cada vez mais empenhada em passar os ensinamentos ou ao menos lembrar com clareza de quem foram essas pessoas tão importantes da minha vida.

Minhas duas avós tem vidas muito diferentes. Pensamentos completamente antagônicos. Vivências de dois Pernambucos diferentes. Gosto da ideia de chocar esses dois mundos tão próximos e tão distantes."

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"Acordei um dia desses e não me reconheci no espelho. Lembrei de umas poucas coisas do últimos meses, e sabia muitas coisas que eu já havia vivido. Mas aquela não era eu. Depois de uma viagem aos mundos dos sonhos, eu não esperei voltar pra Terra."



E o que era pra eu escrever:
Este exercício é recorrente e são muitos os autores, como Ricardo Piglia, os que sugerem usa-lo como um mecanismo para sintetizar, tanto una trama principal, como as subtramas das que estará composto o relato.

Pode parecer contraintuitivo porque o objetivo é desenvolver uma trama; sem embargo, a partir desse “plasmar o argumento central” desenvolveremos a ideia com suficiente detalhe.

Podemos fazer este exercício com várias tramas conhecidas:

Miguel e o seu irmão voltam à sua terra para recuperar a obra pictórica do seu pai.
Salvatierra ─ Pedro Mairal

Andrea muda-se a Barcelona, com a sua avó e tios, para estudar na universidade.
Nada ─ Carmen Laforet

Numa fazenda, os porcos começam uma revolução contra os humanos pela liberdade dos animais.
Triunfo dos Porcos/A Quinta dos Animais─ Orson Welles

Uma vez que tenha a sua frase, vamos então ao seguinte passo:
2. Desenvolve os cinco W (Who, what, why, where e when)

Esta técnica que vem do jornalismo é universal na narrativa. O seu nome vem do inglês, onde as perguntas quem, que, por que, a onde e quando, começam todas com W.

Na narrativa estes elementos vão-se integrando ao início. Denomina-se exposição. Resolver estas perguntas ajudara a integrar por completo a exposição da sua narração e avançar mais rápido na sua história.

Podemos tomar como exemplo o argumento de Salvatierra para este exercício:

Miguel e o seu irmão voltam à sua terra para recuperar a obra pictórica do seu pai.. Comecemos:


Obviamente eu cheguei à conclusões erradas sobre o que era pra fazer nesse exercício.

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