Normal people scares me

Quando estava lendo uma entrevista de Chuck Palahniuk, autor de um dos meus livros favoritos e de um monte de outros que estão na minha lista. Ele falou que na época em que o livro Clube da Luta foi lançado, e depois o filme, os dois foram rechaçados pela crítica e pelo público e só depois de muito tempo encontraram uma legião de fãs que tem hoje. E eu comecei a pensar sobre o meu amor por personagens loucos. Sabe, eu sempre tive um verdadeiro fascínio pela falta de sanidade em personagens. Em pessoas também, mas os personagens você tem toda aquele poder de ler seus pensamentos. E é por isso que eu amo muito mais livros do que pessoas. E os livros assim me ajudam a lidar com as pessoas reais.
Porque as pessoas nunca são tão normais. E as que parecem mais normais e comuns me deixam desconfiada sobre o que seus pensamentos escondem.
Gente normal me assusta. E essa é uma put* verdade, e é complicado, porque eu acabo sempre me relacionando com os problemas de pessoas instáveis, justamento por esse amor pela instabilidade delas, e não por elas como um todo. Ficou confuso, mas por fim, não é pra você tentar entender.
Eu preciso é de terapia.

Assim como esses personagens:

O narrador - Clube da Luta (livro - 1996/filme - 1999)
Diagnóstico: Insônia crônica, dupla personalidade
Desculpe você que não gosta de spoiler mas esse de Clube da Luta é mega batido. Sim, o grande plot twist do filme/livro é justamente você descobrir que na verdade a pessoa sem nome e seu amigo sem rédeas são na verdade a mesma pessoa.   Ele é louco, e enlouquece todo mundo à sua volta. No final, termina num manicômio, pelo menos no livro. Estarão esperando por ele quando ele sair. Mas ele só queria alguns remédios pra dormir. Ah, a outra personalidade é sociopata, tanto quando a nossa próxima.

Lisa Rowe - Garota, interrompida (livro - ? /filme - 1996)
Diagnóstico: Sociopatia
Dominadora, livre e não liga pra sua opinião. Essa é a Lisa Rowe. Ela é a líder do grupo de reclusas do  hospital psiquiátrico McLean. Ela consegue fugir algumas vezes, mas sempre volta, porque não tem nada lá fora pra ela. No filme é esclarecido que até o final dos anos 60 ela já havia saído, como a maioria das outras. No livro, que é a história real de Suzanna Kaysen, no final elas se reencontram por acaso e ela fala que casou, teve um filho e se separou. Ela melhorou, mas nunca esquece daqueles dias.

Charlie - As vantagens de ser invisível (livro - 1999/filme - 2012)
Diagnóstico: depressão (?)
Eu não sei o quadro psicológico exato do Charlie. É óbvio que existe um pós trauma por abuso infantil, mas eu não saberia se algo além de depressão que levaria a perder a memória, ter "apagões". Ou deixar uma pessoa extremamente agressiva. Como eu tive um diagnóstico (errado )de psicose por bem menos que isso, talvez seja o meu caso mesmo, só uma depressão muito forte;

Ian Gallagher - Shameless (série 2011- ...)
Diagnóstico: Bipolaridade psicótica
O Ian é um fofo, mas nessa última temporada que não faz nem um mês que acabou ele quebrou meu coração em pedaços. Quando ele finalmente consegue quem ele quer, o complicado relacionamento assumido com o Mickey, ele simplesmente entra em depressão. Começa por isso, depois passa a ter hipersexualidade, insônia, fica energizado e logo depois rouba o bebê do namorado e some. Depois volta e some de novo. E quando finalmente volta, acaba com o amor da vida dele, que estava disposto a cuida dele, mesmo ele tendo que tomar remédios por pelo menos 40 anos, pra controlar os ataques. Complicado, e estou com medo de como vão resolver essa história;

 Tiffany - O lado bom da vida (livro - 2008/filme - 2012)
Diagnóstico: Ninfomania, depressão
Depois da morte do marido ela se sentia muito triste pela última coisa de ter dito pra ele é que queria dar um tempo de sexo. Se tornou ninfomaníaca pra lidar com a perda, mas acaba se apaixonando pelo Pat que mesmo separado a anos, não aceita o fim do relacionamento e ainda é fiel à ex-esposa.

 John Wilmot - O libertino (2004)
Diagnóstico: Ninfomania, alcoolismo
Segundo conde de Rochester, outro louco que viveu de verdade, vive uma vida voltada a sexo, regada a vinho, e amando teatro. Tem um final de vida triste e doente (sífilis) aos 33 anos de idade no ano de 1680. Uma das melhores interpretações de Johnny Depp, assisti e morri por esse filme umas mil vezes;

Kevin - Precisamos falar sobre o Kevin
Diagnóstico: Psicopatia
Muito parecido com outro insano dessa lista, é um dos mais sem alma daqui. A maioria dá motivos, explicações para suas ações. Ele não. Se bem que vemos do ponto de vista da mãe dele, mas ainda assim, ele mata a sangue frio mesmo, mas eu não vou dizer quem. Ao contrário de alguns aqui, esse você tem que assistir ou ler o livro (que ainda estou pra ler), pra descobrir quais e quantas pessoas ele mata.

Tate Langdon - American Horror Story Murder House (2011)
Diagnóstico: Psicopatia
Tate, Tate... tanto quanto o Kevin, ele é incrivelmente manipulador, consegue esconder e mostrar emoções falsas como diz oi. E é difícil não se apaixonar por ele, é doentio.