[Filmes]: The Ring (2002)

Hoje é Halloween! E o dia foi corrido, então eu nem parei para fazer alguma maquiagem decente pra fotografar como eu fiz no outro ano. Maaas, eu reassisti um filme que eu amo muito e que marcou demais, com o pessoal do curso de inglês; Thank you, Viviane!


O Chamado (The Ring)
 The Ring é um filme estadunidense de terror psicológico lançado em 2002, com direção de Gore Verbinski. Com roteiro de Ehren Kruger e trilha sonora de Hans Zimmer.




 O filme é um dos vários remakes de obras japonesas. Na verdade ele começa com um romance japonês, houve o filme de lá, o mangá, uma série de tv pra então ser adaptado nos cinemas americanos. Deu início à onda de remakes japoneses como O Grito, Água Negra, Uma Chamada Perdida.
O tipo de terror japonês foi bem explorado no final dos anos 90'até o final dos anos 00'. Algumas das fortes características são vistas até hoje em filmes de baixo orçamento como REC, Atividade Paranormal, etc; Principalmente por não ser tão necessário muito cenário ou muito sangue falso. Os elementos são bem básicos:
TRADIÇÃO – figuras reproduzem elementos de peças teatrais japonesas dos séculos 14 e 17, que já investiam em temáticas sobrenaturais, de fantasmas e vinganças após a morte.

TEU CABELO NÃO NEGA – vilões são geralmente figuras femininas asiáticas de cabelos compridos que foram assassinadas e tiveram os corpos despejados em local inapropriado. Essa é uma das “justificativas” para o comportamento errático.

ANEMIA – nas produções japonesas do subgênero J-horror, vê-se pouco sangue. A estética é mais ligada à água e ao medo de rostos esbranquiçados, como de cadáveres.

TECNOLOGIA – a maioria das produções associa a aparição dos fantasmas com elementos tecnológicos, como televisão, máquinas fotográficas, telefones.

(Tirado daqui, aproveita pra clicar e ver as comparações em vídeo dos filmes japoneses e americanos)



A história da regravação americana (texto via facebook):

"Richard Morgan e Anna Morgan tinham uma fazenda na Ilha Moesko, onde criavam cavalos. Sempre tiveram vontade de ter filhos, mas depois de tentativas sem sucesso , resolveram adotar uma criança: Samara. Entretanto, Samara tinha poderes paranormais que não controlava muito bem, e acabava interferindo na vida das outras pessoas (que a evitavam, pois tinham medo de que ela lhes causasse mal); mas mesmo assim, o casal tentou criá-la como se fosse um criança normal. Como ela causava alucinações na mente de Anna, teve que ir dormir no celeiro. Os cavalos faziam barulho e não deixavam Samara dormir, então ela os induzia ao mar, afogando-os. Com isso, Anna e Richard decidiram que interná-la em um hospital era a melhor opção a ser tomada, onde seus problemas mentais seriam tratados por especialistas. Lá descobriram que ela tinha habilidade de alterar imagens com a mente (nensha) e que ela nunca dormia.
Mesmo com a objeção dos médicos, Samara foi tirada do hospital, mas Anna continuava tendo alucinações e os cavalos continuavam morrendo. Então, Anna levou Samara para uma região distante e tentou matá-la: cobriu sua cabeça com um saco plástico (para sufocá-la) e a jogou num poço. Logo após, se suicidou (pulou de um penhasco). Entretanto, o que ninguém sabia é que Samara estava viva no fundo do poço. Apesar de ter sido jogada naquele lugar escuro e cheio de água gelada (seu maior medo) pela própria mãe, Samara alimentava esperanças de conseguir sair de lá: tentava escalar as paredes do poço, e perdeu as unhas durante as tentativas. E estes foram os piores (e últimos) sete dias da vida de Samara. Após sua morte, seu espirito continuou vivo dentro do poço em um corpo de fantasma.
Anos depois, um resort foi construído naquele local. Um grupo de adolescentes alugou o chalé que foi construído em cima do poço e levou uma fita VHS para gravar um jogo de futebol na televisão. O espírito da Samara usou sua habilidade de fotografia espírita para gravar sua história e seu sofrimento naquela fita. Quem termina de assistir a fita, imediatamente recebe um telefonema dizendo "sete dias", e dentro de sete dias, a pessoa morre. Mas há um meio de evitar a morte: copiar a fita e mostrar para alguém nestes 7 dias. Este alguém deve fazer o mesmo para sobreviver a maldição da fita."


The Ring é um mangá baseado no famoso livro de mesmo nome escrito pelo renomado autor Koji Suzuki, obra que recebeu até mesmo uma adaptação para o cinema, que na tradução para o português recebeu o nome de “O Chamado”, filme que também fez bastante sucesso recebendo até mesmo uma sequência.

Eu li os dois, há muito tempo atrás; O mangá é bom e traz mais do vilanismo da Sadako.
 Ringu é baseado na obra do escritor japonês Suzuki Koji, dividida em quatro livros: Ringu (1991), Rasen (1995), Loop (1998) e The Birthday (1999)
 O primeiro filme da série Ringu foi adaptado do primeiro livro de Koji e quase fielmente reproduzido pelo remake norte-americano. A história, todos vocês conhecem: o corpo da menina Sadako (Samara Morgan) é encontrado no fundo de um poço desativado, sob uma cabana, após investigações sobre uma misteriosa fita de vídeo que mata em sete dias. 
As coisas mesmo começam a ficar complicadas depois disso. O segundo filme da série é, na verdade, Rasen, adaptação do segundo livro. Acontece que ele foi um fiasco de bilheteria no Japão (também, com uma explicação mais para ficção científica do que para assombração…). A fim de apagar da memória dos japoneses o insucesso de Rasen, os produtores fizeram uma “continuação” de Ringu: Ringu 2, mais ou menos do mesmo nível de O Chamado 2 por estas bandas ocidentais, mas que ainda assim fez sucesso. Posteriormente, fizeram ainda Ring 0 – The Birthday, um prequel da série, passando-se antes dos fatos ocorridos em Ringu, que definitivamente perdeu qualquer tom de assombração, que dirá de terror, mas que arremata com todas as explicações a história de Sadako. A essa altura, esta que vos fala não precisa dizer que assistiu Ringu, Rasen, Ringu 2 e Ringu 0 – The Birthday, né? Recomendo apenas para os amantes do gênero. Quem não aprecia pode perder um pouco a paciência com os vários tons que a narrativa assume ao longo dos quatro filmes.
Finalmente chegando ao ponto inicial, em Ringu, Yamamura Sadako, aka Samara Morgan, é filha de Yamamura Shizuko, aka Anna Morgan. A personagem Shizuko foi baseada na história de Mifune Chizuko (17/06/1886 – 10/01/1911), uma renomada médium japonesa que aceitou participar de pesquisas de professores da Universidade de Tóquio para comprovação de atividades paranormais. No entanto, após uma demonstração pública de suas habilidades mediúnicas, ela foi acusada de charlatanismo e suicidou-se aos 25 anos de idade. Alguns anos depois, nasce nas redondezas a menina Takahashi Sadako, que também demonstra possuir habilidades paranormais.
Ao contrário de Chizuko, que psicografava, Sadako possuía a habilidade de gravar imagens mentais em superfícies como fotos e radiografias, habilidade esta mais conhecida como nensha. Ela também fez parte do grupo de pesquisa da Universidade de Tóquio, e era tida por muitos como a reencarnação de Chizuko.
Evidentemente, o escritor dos livros baseou-se na história dessas duas mulheres para compor suas personagens, dando inclusive seus nomes a elas (Sadako – Sadako e Chizuko – Shizuko).
Sadako, a do filme, é um típico exemplo de onryou, um espírito vingativo que busca causar danos físicos às pessoas, e que pode ocasionar a morte de suas vítimas. Isso ocorre devido ao desequilíbrio da aramitama no momento da morte (geralmente brusca e violenta, tomada pelo ódio), que torna o espírito igualmente violento. Além disso, como a aramitama naturalmente sofre um processo de desintegração, esse tipo de espírito também costuma vampirizar as suas vítimas, de maneira a prolongar a sua “sobrevida” neste plano, e nada melhor do que a adrenalina liberada durante uma sessão de filme de terror para garantir a energia necessária para tal intento. 
Apesar da crítica sobre ficção científica, a explicação original para as mortes – que vocês só descobrem em Rasen – não deixa de ser interessante. Quem não quiser spoilers, que não leia o próximo parágrafo.
 Sadako (novamente, a do filme) plasma no vídeo as suas imagens mentais e acopla a ele um vírus por ela criado, que mata em sete dias, a menos que a pessoa dê um jeito de transmiti-lo, ou seja, fazendo com que outra pessoa assista ao vídeo e seja infectada, escrevendo livros e fazendo filmes sobre sua história para disseminá-lo, ou engravidando mulheres para que elas dêem a luz a clones seus. Seu objetivo? Dominar o mundo, que dúvida. Texto tirado daqui.

Mas o que faz O chamado ser tão bom? Além de uma direção muito boa e incomum em filmes de terror/terror, trilha sonora boa, reviravoltas inesperadas, bons sustos, o principal motivo é que a Samara é uma das melhores vilãs que já criaram, agradecendo aos japoneses por isso. Não pelo fato dela matar aleatoriamente qualquer pessoa, diferente de outros personagens que tem um padrão de vítimas; nem por ela ser uma criança muito da bonitinha quando morreu. Eu atento ao carisma da Samara / Sadako vem do fato de que você simpatiza de verdade com a história dela, tadinha, ser morta pela mãe adotiva e tal. Muita triste, porque independente de que visão de mundo que você tenha, há algo muito primário na cabeça das pessoas: mães amam e protegem seus filhos sempre. É assustador quando isso não ocorre. Principalmente pelo fato de que ela não fazia isso porque queria, era uma condição que nasceu com ela e que como criança ela não podia controlar.  As cenas no hospital são muito difíceis de aceitar, já que mesmo quando houve uma tentativa de se estudar clinicamente o caso, não foi possível ajudar porque era algo sem um pingo de humanidade; Quem põe uma criança num quarto, completamente sozinha e fica assistindo ela lá?

   Assim como muitos filmes de terror, até foi comentado isso num dos últimos programas do OmeleTV, eles dão um jeito de falar sobre os problemas comuns como alienação parental no caso do filho da jornalista, e principalmente do relacionamento da Samara com os pais adotivos. É importante ver quando a Anna fala "Você era tudo o que eu mais queria" antes de jogá-la poço abaixo. Nem sempre você está apto a ter um filho, embora eu concorde muito com a premissa da adoção, se a pessoa faz isso sem estar preparada pra cuidar de alguém que não nasceu de você, que pode ter limitações ou habilidades que você não compreende, se isso é uma coisa que impede você de amá-la como um filho, você deve reavaliar a ideia de adotar. Vejo muita gente que diz adorar adotar mas que claramente não teria paciência pra criar um filho com alguma deficiência ou doença, por exemplo. Isso é algo que quase ninguém pensa, porque esperasse que venha a ter uma criança saudável e sem nenhum "problema". Isso nem sempre é claro, nem aparece em primeiro momento, e é mais difícil aceitar uma condição assim de alguém que você pode simplesmente ir onde você a achou e escolher outro em comparação a alguém que nasceu no seu ventre. Também é visível que o pai não queria a criança, foi muito por uma infelicidade da esposa que não pudera gerar um filho, talvez a necessidade de "ser uma família completa", esse tipo de pensamento muito me assusta na sociedade. Se vê o filho não como uma pessoa, mas como algo que te traz alegria, como um produto que você paga pra ele te dar a satisfação do "ter", ou como um animal de estimação. Não se pensa muito nos sentimentos deles como seres humanos pensantes.

Outra coisa que eu adoro na Samara é que eu sempre a imaginei como uma deusa. Ela não era um fantasma qualquer. Os poderes dela sempre me pareceram incríveis, e isso combinado ao fato de que ela parece ter "crescido", mesmo morta, o que dá a sensação de que mesmo ela estando presa à história de como ela morreu, ela poderia estar em qualquer lugar se quisesse. No filme japonês ela também aparenta a idade de uns 30, 40 anos. Me remete à história de Jason Voorhees, que nunca foi explicado como envelheceu estando morto desde criança. Aliás, Jason e Samara sempre me pareceu um bom casal, e eu sempre pensei nisso como uma viajem só minha que assisto os filmes desde criança e adoro que a principal coisa que os conecta seja a água. Mas eu encontrei alguns outros loucos como eu ( no tumblr, obviamente) e depois eu vou fazer um post sobre isso. Na minha história que eu desenvolvo a mais de 12 anos eles se casaram; Ela também é uma das deusas que compõem a minha personalidade e história de vida, dá uma olhada.

xoxo.

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