Música, o que aconteceu com você? | Musicalidade

Estava aqui viajando nessa mazelinha de 2018, de começo do ano, ou do próprio ano (talvez), vendo os lançamentos de música do ano passado e desse ano. Eu tenho pensado nisso faz um tempinho já mas, com o lançamento da música nova de Justin Timberlake as coisas ficaram definitivamente estranhas.


Eu tinha comentado no ano passado que as músicas estavam cada vez mais iguais umas às outras e tal. Cheguei à conclusão de que isso vai acontecer mesmo, porque nada surge do nada, e talvez isso seja uma consequência natural de como a indústria fonográfica vem se deteriorando nos últimos 20, 30 anos.
Eu passei pela fase de transição em que as pessoas foram de discos pra cds, e depois dos cds para as músicas baixadas, e depois streaming. Tá, nada demais, as coisas mudam, supera isso. Mas, tem algo estranho acontecendo, as músicas estão cada vez mais "pasteurizadas".

Pode ser um estado de espírito meu? Pode. Vamos analisar.

A Madonna parece ter chegado à conclusão de que fechou o ciclo de inovação e suas discípulas foram pelo mesmo caminho:

  • Lady Gaga cansou da vida "inovadora" e exagerada de tudo;
  • Britney só faz um show cansativo e nostálgico;
  • Christina Aguilera morreu para a música pop;
  • Mariah Carey eu não imagino do que vive;
  • Miley vai se enterrar no country, certeza. Pelo menos não foi em outras coisas;
  • Taylor Swift vai chegar ao seu fim se não por a cara no sol/voltar a namorar algum famoso;
  • Selena Gomez e a Demi... eu não diria que elas entram aqui. Elas sofrem mais do que cantam.
  • Ariana Grande, eu nunca realmente prestei atenção até a explosão.
  • Katy - ahn... flop
É isso, acabaram minhas opções de cantoras pop da antiga geração.

As diferentonas, as que vinham na linha Cindy Lauper tiveram/tem uma sobrevida menor no mundo da música, ao meu ver. São elas: 

Lorde - depois de um começo muito foda, deixou de ser complexa o suficiente 
Alessa Cara - promessa, mas se não fizer algo incrível logo não vai durar
Carly Jae - Descobri a pouco tempo que tem mais músicas e uma base sólida de fãs, apagadinha da mídia
Dua Lipa - tenho minhas dúvidas se vai durar, mas a galera tá forçando a barra pra que ela pegue
Lilly Allen - parece que nunca existiu
Alanis ainda está viva?
Lana - é a Lana, sempre naquele estilinho, só vai morrer lá nos anos 40,50, numa viagem no tempo*

Pink - está respirando por aparelhos e às vezes dá uma acordada
Kesha - tadinha, depois de tudo o que passou eu queria acreditar nela, mas não gostei das músicas
Aí a última leva de boy bands acabou, as girl bands estão indo pro brejo...

Eu não acreditava muito no que era ostracismo na época em que se falava muito essa palavra.
Lembro de pensar que agora, depois do youtube, mesmo quando as pessoas querem ser esquecidas, elas não são realmente. Sempre vai ter alguém pra resgatar você do passado.
É claro, eu vivi/vi o mundo musical no tempo em que Madonna aos 50 anos ainda reinava, Michael Jackson voltou pra uma última turnê, Amy foi sugada até a sua morte, como tantos outros...
Você vivia pra fazer sucesso até a morte, era estranho quando um artista se aposentava. Podia perder mídia, mas se estava vivo continuava fazendo música. Boas músicas. A indústria fonográfica conseguia extrair o máximo do máximo do talento deles. Se você foi grande uma vez, você não simplesmente voltava a ser um artista menor.
Mas hoje... principalmente depois de finalmente entender como funciona a exclusão social na vida artística na era pós-twitter. Eu começo a perceber que estamos nos encaminhando real à falta de grandes artistas caucasianos. Até os DJ's estão apagadinhos né... tem um Kygo, Calvin ainda faz umas musiquinhas,

O que é Ostracismo:
Ostracismo significa isolamento ou exclusão. É um termo proveniente da Grécia antiga e era uma forma de punição aplicada aos cidadãos suspeitos de exercerem poder excessivo e restrição à liberdade pública.
Ostracismo é o afastamento (imposto ou voluntário) de um indivíduo do meio social ou da participação em atividades que antes eram habituais. Uma forma de ostracismo acontece com alguma frequência no meio artístico, quando o profissional se desliga do público sendo, por vezes, completamente esquecido.

Porque vamos concordar, estamos na onda da música asiática e latina/negra.

Vamos pensar sobre o que escutamos de bom no último ano.

Funk, muitos funks.
Anitta, Maluma, J Balvin, Luis Fonsi, Shakira (voltou), Daddy Yankee (que só me lembra Gasolina)
Ozuma (?)
Bey e Rihanna ainda colhendo os frutos dos discos anteriores
Rap, muitos raps. Ano de escutar rap foi esse viu. "E o Kendrick?!" lol. 


Shaw Mendes - prevejo ele sendo o Roberto Carlos fazendo especial de natal ao 100 anos
Justin Bieber - músicas boas, pena que "o ranço" não diminua
Ed Sheeran - Shape of you é A música, mas não consigo ouvir sem pensar que é um plágio*


E um monte de cantores underground... e sim, quase todas as inovações fonográficas está sendo feita de quartinhos e pequenas garagens e postas na internet, mas o problema com isso é um não cd completo pra dar aquele artista é um bom artista ou só um sortudo de uma música só.
É esse o meu principal problema no momento. Porque mesmo eu tendo amado muito as primeiras músicas da SZA, o álbum novo dela parece uma coisa tão... rasa. É genérico e "massificou" muito sabe?! Tipo um Lotus da Xtina. Tudo pra ser bom, mas não foi tudo o que podia ser porque ela ficou com medo de ser ela.

Uma publicação compartilhada por A Regina Kadov (@reginakadov) em
 Eu via tanto significado com as músicas achadas no SoundCloud, e agora eu não consigo ver como a mesma pessoa canta Weekends. Não chega a ser uma música ruim, mas é tão simples, tão mais ou menos. Embora confio que ela seja um dos grandes destaques de 2018, isso é certeza. Mesmo com a falta de prática no palco, ela deve chegar ao topo bem rápido depois de fazer parcerias com Kendrick e Maroon 5.


O jeito que tem é procurar músicas em listas aleatórias e rezar que algum que você goste seja melhor do que um respiro involuntário de inspiração.

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