LifeUpdate.

"Não sei o que dizer. Só sentir."

 Essa tem sido a frase da semana. Estou numa certa crise, tenho muitos pensamentos e sentimentos que eu gostaria de por pra fora em textos, mas não consigo expressá-los. E esse sempre foi o problema, por isso os meus blogs são criados, e abandonados, é nisso o que se resume as minhas crises existenciais. Eu nunca consigo me expressar de modo efetivo, ou do modo que eu queria.

O que tem acontecido ultimamente: minha mãe viajou, então estou só pra cuidar de Anne e da casa, e das últimas aulas do meu curso que já está terminando.
 Acontecem também coisas ao meu redor que tanto me deixam com vontade de escrever, quanto me dão vontade de encontrar um armário, me trancar lá dentro e não sair nunca mais. Viajar pra Nárnia ou qualquer mundo fantástico em que eu consiga pensar que as coisas vão melhorar no final. Veja bem, não estou deprimida nem nada, realmente não estou. Mas quando você vê declarações de que os militares estarão em "onipresente vigilância" depois da maior vergolha alheia que eu já senti de uma manifestação "popular", sinto descrença pela raça humana.
Eu queria fazer um milhão de textos sobre a minha indignação sobre a própria movimentação, desde antes, de sua divulgação, da organização, da falta de coerência de seus idealizadores, (...) até seu efeito dominó que não para de se mostrar cada vez pior. Até agora fico só com a falta de fé e o básico ceticismo. Talvez isso mude pra um certo desespero, daqui a um tempo. Esperemos que não.
Já li e vi muitos textos que englobam tudo o que eu diria, se quiserem ver só precisa dar um rolê por revistas online ou blogs (de diversos tipos, alguns dos que eu li nem são sobre política em si). O mais parecido com o que eu poderia escrever foi o do Não Aguento Quando. Que até o nome do site já diz tudo sobre como eu me sinto sobre tudo isso. Engraçado que uma parte do texto a  Isabela Taccolini fala sobre um diálogo com a mãe: "Mas eu sei que as chances desse diálogo cair em 'você não entende' e 'é muito jovem' são altas e não tenho vontade de voltar nisso (...)" é tão parecido comigo ontem falando com a minha avó. Mas bem, isso tudo está atrelado ao fato de que eu não sei me expressar de modo claro. Se eu conseguisse polir a conversa talvez o negócio fosse diferente. Ou não. Independente de como eu me expresse, as coisas irão acontecendo independentemente de todo o esforço que eu faça pra que algumas pessoas entendam o quanto que prejudica o fato delas não entenderem o quão ruim foi para o otimismo, esse último domingo.

Alguns pensamentos estão além das minhas capacidades de aceitação do próximo. 

Ilustração por LTDATHAYDE