Você sabe exatamente o que a sua intuição te diz?

Uma das coisas mais importantes da vida, além de saber exatamente para onde você está querendo ir, é saber a hora de pedir ajuda. Sou do tipo de pessoas que entra em overdose de informação, tudo o que é demais me atrapalha, pensar me atrapalha demais.
Até porque sou uma pessoa que faz melhor as coisas na base da intuição. E ao mesmo tempo tenta racionalizar essa intuição ao máximo, para que faça sentido aos olhos das pessoas; Infelizmente quanto mais eu tento fazer as pessoas entenderem como as coisas funcionam pra mim, mais frustrada eu fico. E não é com as pessoas, é comigo mesma. Eu tenho que aprender a controlar esse sentimento de culpa enquanto estou aqui nesse plano.
Sabe, aprender que tem coisas que eu sei só porque eu sei. Tentar achar uma explicação razoável para algo que eu sinto, mais do que o meu cérebro consegue racionalizar. Por exemplo, não tem porque eu tentar pensar o porque eu acredito que ser corajoso é melhor do que segurança. Não tem como eu explicar porque algumas coisas, alguns conceitos entram na minha cabeça muito bem, e outros não. Não tem como eu tentar racionalizar a minha fé de que sim, eu estou no caminho que eu preciso seguir para encontrar a paz.
Tem coisas que eu até posso explicar, mas as pessoas precisariam sentir pra saber do que eu estou falando.
Sentir esse tipo de urgência para que as pessoas vejam que dentro delas tem todas as formas que são necessárias para achar exatamente o que se quer. Em alguns poucos momentos é que você acha essa motivação, e o momento em que se pede ajuda é quando tudo parece clarear. Você para de sentir culpa por não estar fazendo nada, e percebe que sim, tudo o que você passa é pra te lembrar que você é alguém, e alguém que pode fazer diferente, sair dessa teia que o mundo cria, cada pessoa que você se preocupa com, faz um risquinho de teia pegajosa. A minha culpa é uma coisa que me preocupa boa parte do tempo, especialmente porque eu estou sempre muito ocupada. Minha mente é do tipo de começa o dia já em total ebulição de ideias. Mas no mesmo segundo em que a ideia vem, a pergunta que me faz retroceder é: como eu vou fazer isso? E nisso explode com milhões de novas ideias, o que me faz extremamente cansada. Ser organizada enquanto sendo criativa é uma missão.
Por exemplo, escrever esse texto está sendo bem difícil e eu mal comecei a escrevê-lo; no momento em que eu soube que eu precisava escrever já me passou milhões de jeitos diferentes de fazer isso. E o questionamento é sempre o mesmo: as pessoas vão conseguir me entender?
Nesse momento eu entro em pânico. A minha garganta fecha, eu não consigo respirar, meu coração aperta, e eu me pergunto se não estou próxima da morte. Me pergunto se não estou tendo uma overdose. Overdose de conhecimento, de sentidos, de tudo.
É nesse momento que eu começo a voltar, a momentos que já passaram. Num dia bom, eu lembro de conquistas, em um dia ruim, só lembro de coisas que eu fiz que eu precisei desistir de algo. Sobrevivência é algo desanimador. Toda vez que você se sente afogar em uma coisa, todas as outras começam a cair. Eu desisti de tudo o que perdeu sentido pra mim.
Aí meu dia acaba, meu ano acaba, minha esperança acaba. E do nada, tudo faz sentido de novo, e não é como se eu tivesse esquecido tudo aquilo que eu aprendi. Mas é o sentido de urgência que muda todo o foco das minhas atitudes. Por exemplo, se eu tiver que fazer uma coisa que eu sei que eu posso fazer até meio dia, se não tiver ninguém esperando que eu faça, eu vou fazer, mas faltando 5 minutos pra meio-dia. Se eu estiver com uma pessoa esperando por mim eu vou fazer meia hora mais tarde e me achando um lixo, porque eu estou fazendo atrasada, e ainda mais, vou fazer mal feito porque o sentido de urgência vai me dizer que eu não me preparei o suficiente, ou que aquela pessoa vai se decepcionar comigo, e tudo vai ser uma droga.
Queria muito entender de onde sai a força que eu tenho para terminar, e até começar a fazer coisas, mas elas só vem; se eu conseguisse controlar isso seria perfeito, mas eu não consigo. E tem que ser algo que eu esteja fazendo por mim, porque se eu tentar mostrar pra outra pessoa, ou sofrendo que ainda irei ter que esperar aprovação, tudo fica daquele jeito que as coisas ficam quando você não pôs tudo de si na atividade.
Isso significa que não existe equilíbrio em mim. Pelo menos, não é aquele equilíbrio que as pessoas esperam que um ser normal tenha; isso me faz diferente, e diferenças fazem todo mundo tentar arranjar métodos pra controlar essa diferença. E juro, tentar se adequar é uma das piores coisas que se pode fazer, tem sempre muita gente querendo te adequar a milhões de aspectos diferentes. E você mesmo aprende coisas, e vai tentando se adequar a tudo.
É impossível. Às vezes o melhor a ser feito é voltar para onde você começou. Sabe aquele momento em que você sabia de tudo na sua vida, aquele momento perfeito, em que ninguém mandava você fazer algo, ou que se mandasse você devolvia com um simples "não vou fazer"?! É esse; eu tenho um muito específico na minha mente. Eu vi um desenho animado que me chamou muito a atenção. Eu vi uma personagem, não a principal, não a mais "bonita", não. Ela era ela mesma. E eu cheguei em casa e disse pra minha mãe: eu quero ser chamada de _______, eu vou ser igual a ela. Tem momentos que eu lembro desse sentimento tão fortemente, que eu não conseguiria explicar. E não posso me enganar, foi ela quem sempre me acompanhou, uma sombra sempre ali pra tentar me lembrar que eu sou direcionada a ser essa pessoa. É claro, que no contexto de mundo "real" e o fictício, eu me perco em interpretações; mas o sentimento é esse. E essa é a intuição que é necessária.
Mas também há outra questão muito importante que muda tudo, e que faz com o que o 2 + 2 seja 5. Eu tenho orgulho. E isso é exatamente o que faz com que eu pense que eu não posso pedir ajuda. Que eu não posso chorar, e que tudo isso me deixa fraca aos olhos dos outros, e consequentemente aos meus.
Bom, isso não importa mais. Importará amanhã talvez, e eu tentarei me lembrar a cada minuto quem eu sou, e não mais de que maneira eu irei conseguir, mas sim, no resultado final da equação, onde eu quero chegar, e isso é o máximo que qualquer um pode fazer por si e pelos outros.

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