Sobre alguns grupos
Estou nessa de me expor a máximo, seja em questão de postagens no facebook, no blog, no vlog, enfim, toda a parte virtual da vida, que é basicamente 70% da minha vida social. A necessidade de expor pensamentos veio da sensação de que eu iria morrer em algum momento, e provavelmente de algum câncer causado por não expressar os meus sentimentos.
Felizmente, eu sou dotada de momentos de vida em que eu não me importo muito com o que os outros vão pensar sobre mim, seja porque eu acho que eu me expresso melhor e de modo mais construtivo, ou só porque eu eu sou arrogante demais pra sentir vergonha de alguma opinião, ou mesmo porque eu realmente acho que eu estou certa em momentos em que o mundo está errado.
Não importa muito. Mas como toda vez que você se expõe existem dois tipos de comentários: os que não fazem sentido nenhum, e que só correspondem à vivência da pessoa que postou o comentário, ou aquele que te fere, seja por motivos de conscientização de um questionamento que não estava lá antes, ou porque podemos estar sensíveis naquele momento e acha que aquela crítica é verdadeira de algum modo, mesmo que seja mentira.
Tem sempre modos que nós recebemos a crítica: ou negamos e ignoramos, ou negamos e começamos um jogo de bate e rebate, ou guardamos mágoa mas nem tentamos entender o lado do outro, etc. Mas tem o jeito mais legal e que por questão de falta de treino nem fazemos muito: receber, agradecer, repensar e continuar a vida depois de refletir sobre a questão e tentar mudar de pensamento e de ações, se chegou à conclusão de que a crítica tem razão em um ou muitos ou todos os pontos.
O que eu vejo por entre alguns grupos, e mesmo em grupos em que o objetivo é ajudar e dar apoio à pessoas é o seguinte cena: alguém fala, pessoas tentam dar dicas baseadas em sua própria experiencia, alguns irão rebater como se aquilo que foi dito fosse uma ofensa pessoal e que foi dirigido à uma situação ou pessoa específica, e o que é mais impressionante, como se a pessoa estivesse soltando uma indireta pra o seu próprio ego.
Digo seu próprio ego porque acredito que esse seja o vilãozinho que mora na mente de todo mundo, alguns menores do que deveriam, outros maiores e mais fortes do que a própria pessoa que existe ali, e que se sente atacada por tudo e por todos. O ego é um escudo, eu o imagino desse jeito. É necessário para proteger as pessoas, pois somos frágeis, nossa paz é frágil, nosso eu interior é tão inofensivo quanto um bebê prematuro. Talvez algumas pessoas sejam fortes, mas eu não conheço muitas, então estou generalizando para o que vejo na maioria que paro para observar.
O ego dessas pessoas (as como eu e provavelmente, você) precisa estar num nível de "barreira" e não "catapulta".
Tente visualizar. Alguém te ataca, seja por sugerir algo, tentar impor uma regra, te insultar, te diminuir... se você tiver um ego no tamanho ideal você vai se defender sem precisar atacar a outra pessoa. Bom mesmo é ter uma barreira especial, que seria uma transparente e que você consiga ver com clareza quem e porque está te atacando, mas não vamos exigir muito. Pra começar, só construa e mantenha a barreira.
Quando alguém te ataca e tu não tens uma defesa, mas sim uma arma como ego, digo com toda a sinceridade: Vai doer mais em você. Usando o exemplo da catapulta, o que você vai fazer basicamente é receber o ataque, levar danos, e ter que se defender da mesma maneira, atacando. Não é um modo inteligente de fazer as coisas e de se defender do mundo externo. Se você conseguir imaginar, é como uma bola de fogo vindo em sua direção, e você depois de queimado tentar jogar a mesma bola de volta só que sem o fogo, porque ele já foi consumido no ataque contra você.
(Se não conseguiu pegar as referências, assiste a uma das guerras de O Senhor dos Anéis que talvez fique mais claro do que tentar imaginar.)
Passo algum tempo lendo e percebendo a agressividade em comentários nos mais diversos assuntos, vendo que o problema de que quando se começa alguma discussão é porque a pessoa se sentiu diretamente agredida de alguma forma. E nem sempre a "indireta de Facebook" é uma indireta do Facebook. Às vezes a pessoa está só cansada e quer um lugar pra desabafar, por quê se sentir atacado por isso? Lembremos que nós, embora temos a impressão de que conhecemos e acompanhamos de perto a vida das pessoas pelas redes sociais, não chegamos nem a um milésimo de segundo da vida daquela pessoa. Não conhecemos ninguém de verdade. Nem mesmo podemos saber por completo a vida das pessoas que moram conosco, as que somos responsáveis por, as que cuidamos toda a vida, imagina saber daquela pessoa amiga do amigo de fulano que está indignada com algo que não chega nem perto do que você vive, e as pessoas aí, julgando o desabafo alheio só porque pulou na timeline e fez lembrar de um caso vagamente parecido que eu/você/tua mãe/minha tia passou e você se sente no direito de dar a solução ou dar a sua opinião sobre o caso, ou generalizar tudo e falar uma frase pronta que não fará sentido nenhum pra pessoa.
Depois disso só paciência pra suportar as réplicas e tréplicas infinitas.
Sabe, essas coisas que você vê muito em grupos online de redes sociais.
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