"Não me sinto em casa"

Não há nada como a casa da gente.
É uma realidade.

Mas como a casa se define em lar, é uma pergunta a se pensar.
O meu aconchego em forma de casa não é exatamente o que eu imaginei. É mais onde reside o coração e a organização. E mesmo eu tendo saído de casa e morado com meu pai esses tempos eu venho refletido mais e mais sobre o quão apegada à ideia de lar eu tinha.

É obvio que amo a segurança de um lar sólido, mas isso meio que se reserva à minha vida online.

Vou tentar me explicar melhor.

EU não me sentia mais em casa quando a minha mãe foi embora.
E ela nem foi literalmente embora;
Era mais como se eu tivesse pagando o aluguel enquanto eu me dava tudo de mim pra ser uma boa dona de casa. Mas no fim, era meio que uma brincadeira de casinha. Ela aparecia sempre pra dar apoio. E embora isso tenha me chateado nas primeiras vezes, principalmente pela mágoa dela ter ido, de ela ainda me manter na rédeas, e também porque me sentira incompetente quando ela fazia as coisas do jeito dela e não do meu... eu tinha a segurança de que em alguma hora, ela ia aparecer pra salvar o dia.

Mas ela não pode salvar minha sanidade. Que foi pras cucuias nesses último dois meses.
Basicamente, eu surtei.

E você nem sabe o quanto eu evitei essa palavra nas últimas semanas.

Vendo em retrospecto, eu tive uma gravidez psicológica aos avessos.

Senti todas as dores do parto, senti como se estivesse grávida, senti as dores nas costas, as contrações.
Tudo o que tinha direito. Só que em tempos e horários diferentes.
Foi muita coisa ao mesmo tempo.

E pouco de como explicar.

Pretendo tentar explicar algum dia. Mas tive em diversos momentos, a sensação de dejà vu, como se eu tivesse as memórias de outros em minha cabeça.

Memórias da minha família, das quais eu não estava nem lá pra testemunhar.

Mas de que passado? é passado!
E pensando no meu futuro eu me mudei. Finalmente, mudei de verdade, pra casa do meu pai, que me ama, e sempre tentou fazer como se eu fosse da casa. Eu perdi meu celular no processo, o que foi um lapso terrível de memória, mas me fez perceber uma coisa:
"Casa é onde seu coração está"

 Me sinto em casa onde quer que minha organização esteja, e ela é parte do meu computador. Não se trata do meu pai, ou do apartamento... é a organização. É onde eu vou por cada coisa. E infelizmente, a única forma que eu sei organizar é digitalmente. Nessa circunstâncias, a vida real é o me "quarto da bagunça" enquanto eu tenho uma vida virtual muitíssimo organizada. Nessa versão, a minha vida seria segmentada em diversos temas e divididas por cor e assunto. Em ordem alfabética.

Estou tentando voltar à minha vida normal, mesmo tomando 4 medicamentos pesados.
Tanto financeiramente quanto noturnos, me dão um sono de matar leão.

é isso. Minhas reflexões sobre não me sentir em casa.

Agora fiquem com o desespero de estrangeiros quem moram na França sendo maltratados e se sintam culpados por essas infantis insanidades:
http://ow.ly/SnSB50ixsem






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