Obrigada por sermos diferentes


Obrigada a ___________ (insira aqui em que ou o que você acredita) por sermos indivíduos completos, independentes e separáveis.
Eu amo ser diferente. Eu odeio o meu egoísmo e minha tendência a me sentir superior por isso mas é em dias como esse que eu amo ser apenas eu. Não me considero não influenciável, nem não disposta a fazer parte de um grupo. Eu faço parte de muitos e nem sempre eles fazem sentido. Eu sempre me pergunto como eu quero que os outros façam sentido se eu mesma não procuro ter coerência, mas ah, quem se importa? Somos diferentes. E isso é a coisa mais relacionada a amor que podemos ter na vida. Porque amar alguém é ter que respeitar as diferenças.
Eu acabei de assistir A onda. Eu sabia sobre o que era, sabia como terminava... mas ainda assim o filme mexeu comigo de uma forma que eu não imaginei que mexeria. Não foi pela formação de fascistas em fase escolar, embora eu esteja lendo sobre isso e querendo aprender mais, mesmo achando tudo isso uma grande merda. Foi por ver que anarquistas não diferenciam tanto. Não falando dos anarquistas em geral, falando daquele grupo que aparece no filme. Vejam, eles se tornam agressivos por pessoas terem atacado a um símbolo. Então o que no final, diferencia a agressividade de um grupo e outro? Tá é muita coisa no aspecto de ideologia... mas é estranho, porque o sentimento é o mesmo; Já sentiu esses sentimentos?
A questão é que em 2013 eu senti essa mesma necessidade de me tornar um todo. Parte de uma massa. Seguir um pensamento que uniria as classes, cores, credos, com os diferentes tipos de preconceitos que cada um sofre e veríamos o quanto sofremos em conjunto e lutaríamos contra isso. Bem, isso não aconteceu com todos, é óbvio. E dou graças a isso. As pessoas são sim egocêntricas e não é só porque eu sofro ou sofro por quem sofre a maioria das atrocidades, não significa que todo mundo sente do mesmo jeito. Mas eu nunca pensei que isso talvez seja uma coisa boa. Quando eu estava lendo o texto, Através dessa tal não militância, eu comecei a concordar que talvez a união não seja o que precisamos. Ora, não tenho nenhum interesse de apoiar "faladores" (esses "líderes de movimento" que falam pra caralho) que levantem uma bandeira mas fazem de conta que as outras não existem. Isso não me ajuda em nada, ou muito pouco. Então eu deveria parar de duvidar daquela garota que apoia o feminismo mas acha que apoiar a legalização do aborto é demais, mesmo que eu apoie. Porque ela faz a diferença. Ela faz parte de um equilíbrio que é necessário mesmo quando nós não vemos que ele é preciso. Equilíbrio e liberdade deveriam ser as palavras que devemos manter em nossas mentes e nossas vidas, porque mesmo acreditar em coisas certas podem tornar as nossas ações erradas. Digo, no modo louco em que as pessoas se comportam às vezes. É por isso que vemos tantos "chatos". É porque somos loucos. Nem sempre conseguimos ver isso, mas é verdade. Damos muito valor ao que achamos certo. No final, o que importa o quão bem a gente trata os outros gente, porque ficar se digladiando por tudo? Uma briga é legal de vez em quando, e é mesmo. Nossas vidas são chatas. E é assim que sempre serão.
Não precisamos fazer parte de um grupo, tentar fazer todo mundo pensar como a gente, e quando não pensam, não podemos simplesmente pensar que as pessoas não merecem viver. Isso é nocivo. Estranho e patético.
Só queria deixar registrado aqui que eu amo minha individualidade. Eu amo ser eu, pró casamento homo afetivo, capaz de amar e se sentir sexualmente atraída por mulheres, homens, cis ou trans, feminista, defensora do direito de abortar, do direito de adotar, da miscigenação, e de tantas outras coisas que me fazem única e eu vou e devo amar as suas características individuais porque isso faz a vida muito mais saudável pra você e pra mim.
Igualdade apenas em direitos e deveres, como eu já falei antes.

Obrigada por aqueles que "destroem" os movimentos, você fazem um bem danado pro intelecto alheio.

Comentários

Postagens mais visitadas

Facebook